A Série B, de US$ 20 milhões, foi liderado pela Valor Capital Group — a gestora do ex-embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel — e pela Unbox Capital — o private equity da família Trajano, e teve a participação de outros investidores. A Naspers, que forneceu o capital semente e liderou a Série A, continua sendo o maior investidor da empresa.
Fundada há cinco anos por colegas do curso de ciências da computação da UFPE, a In Loco usa tecnologias já embarcadas no smartphone para conhecer e prever o comportamento do usuário. Para ganhar capilaridade, a empresa embarca sua tecnologia nos aplicativos mais baixados do mercado: quando o usuário baixa um app, a In Loco pega carona.
Hoje, a tecnologia da empresa está embarcada em 60 milhões de celulares no Brasil e mais de 5 milhões nos EUA.
Desde o início, a In Loco sempre teve um negócio de mídia. Sua tecnologia permite que um anunciante alcance um consumidor num determinado contexto — por exemplo, quando está dentro de uma loja — e influencie sua decisão de compra.
Mas agora, a área que mais cresce na empresa é um pacote de soluções de tecnologia para clientes que atuam em mobile banking, mobile payments e mobile commerce.
“Pivotamos de uma plataforma de mídia mobile localizada para uma plataforma de tecnologia para a economia dos aplicativos,” diz o co-fundador e CEO André Ferraz.
A In Loco oferece soluções que vão desde a validação do cadastro de um novo usuário até sistemas antifraude.
Uma vez cadastrado na plataforma, o consumidor chega ao ponto de venda, onde tem inúmeras alternativas de meios de pagamento. Nesta hora, a In Loco envia um push para o celular do cliente lembrando as vantagens de pagar com o Mercado Pago.
Finalmente, quando o pagamento está sendo feito, o sistema da In Loco cruza dados e valida a legitimidade da transação.
Antes, a In Loco oferecia essas soluções de forma individualizada; recentemente, integrou tudo numa só solução.
No último ano, a empresa aumentou sua capacidade de geração de dados: antes, capturava 5 terabytes de eventos de localização por dia; hoje, captura quase 15 terabytes.
Além de montar uma equipe comercial e de marketing nos EUA, a In Loco vai usar os recursos da rodada para adaptar sua tecnologia de localização à era da computação ubíqua, a chamada internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).
“O próximo salto de tecnologia vai ser você fazer uma transação sem precisar da identidade do consumidor,” diz André. “Nós já temos essa tecnologia no mobile, e agora vamos criar protocolos de autorização e personalização para serviços de IoT de maneira anônima.”
Na indústria bancária, por exemplo, toda a autenticação hoje é baseada na identidade: seja por biometria ou apresentação de documentos. A privacidade ganhou muita importância, mas não há plataformas que resolvam os problemas do negócio de forma a privilegiar a privacidade.
“A empresa que dominar a autenticação na internet das coisas vai capturar uma oportunidade de mercado maior que o Android capturou no mercado mobile.”