Maurício Teixeira está deixando o cargo de CFO da Hapvida depois de três anos.

O executivo vai assumir um assento no conselho da operadora de saúde em 1° de janeiro, substituindo Geraldo Luciano Mattos Júnior, o ex-CFO da M Dias Branco que estava há anos no conselho. 

No board, Mauricio fará parte dos comitês de finanças, mercado de capitais e M&A.

A Hapvida disse que Luccas Augusto Adib, seu atual diretor de mercado de capitais, vai assumir interinamente como CFO. 

Luccas é um ex-advogado do Mattos Filho que trabalhou no IPO da Hapvida em 2018 e se juntou à companhia no ano seguinte. Ele está assumindo o cargo interinamente, mas o CEO Jorge Pinheiro disse ao Brazil Journal que ele é “o principal candidato” para o cargo. 

Jorge disse que a Hapvida quis unir o fim do ciclo de Geraldo Luciano no conselho com a oportunidade de reter Maurício, que já havia decidido sair da empresa agora em dezembro. No mercado, especula-se ainda que Maurício assumirá em breve como CFO de uma empresa não-listada. 

Jorge chamou Luccas, o CFO interino, de “um talento, um jovem que já fez entregas enormes na companhia e teve um crescimento robusto. Se ele continuar com o alto desempenho que tem no cargo de CFO, ele é o candidato natural.”

Luccas já lidera um dos projetos mais importantes da companhia: a integração e simplificação societária. 

Segundo o CEO, a companhia já conversou com outros candidatos — inclusive CFOs de empresas listadas “com valuations significativos” — mas “achamos que o Lucas tem as melhores condições de assumir o cargo, por ser uma prata da casa, conhecer muito a companhia e a nossa cultura e por liderar um projeto muito importante,” disse Jorge.

No mercado, a saída de Maurício foi recebida com ceticismo.

O Citi – que tem um ‘buy’ no papel – disse que a mudança vai levantar dúvidas entre os investidores e pode levar a uma volatilidade de curto prazo na ação, “principalmente considerando a fase de turnaround em que a companhia se encontra.” 

A saída de Maurício “não era exatamente o que estávamos esperando nesse momento,” escreveu o analista Leandro Bastos.

Dois gestores se questionaram se a saída de Maurício teve a ver com relatos de divergências com o controlador da empresa em relação à dívida da companhia. 

Segundo esses gestores, o fundador da empresa, Candido Pinheiro, queria fazer um novo follow-on para zerar a dívida da companhia – e Maurício foi contra. 

Jorge foi categórico. “Esse boato não tem fundamento. Não há nenhuma vontade da família de fazer um follow-on. Não tem nada nesse sentido nos nossos planos.”

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