Num block trade no final do pregão, a Itaú Asset Management vendeu 10,8 milhões de ações da Guararapes — o equivalente a 2,2% do capital da empresa e 12% do free float da companhia — zerando sua posição na dona das Lojas Riachuelo.

A zeragem reflete um desejo do Itaú Fênix Ações, um fundo de R$ 3,7 bilhões, de estar menos exposto a nomes pouco líquidos dado o momento de mercado, segundo pessoas a par da estratégia.  A Guararapes era uma posição grande do fundo, com um giro diário relativamente pequeno.

Mas a venda também coincide com a saída de André Caldas, o co-gestor do Fênix. Caldas disse ao Itaú há um ano e meio que pretendia sair para montar sua própria gestora. Ele também construirá seu negócio em sociedade com o BTG, ainda que seu projeto não tenha conexão com o de Rubens Henriques, que noticiamos semana passada.

Agora, o co-gestor do fundo, Bernardo Gomes — o ‘Algodão’, um ex-gestor da JGP que se juntou ao Itaú há um ano como parte do processo de transição — aparentemente está focando a carteira em nomes mais líquidos.

Como é comum neste tipo de situação, a venda está gerando especulação no mercado de que outros papéis da carteira também possam ser raquetados, ainda que Gomes seja uma solução de continuidade e já possa ter feito os ajustes antes.

O Fênix tem pouco mais de 30 ações. As posições de small cap do fundo, cuja eventual venda poderia impactar mais o preço, são Tegma, Log-In, Marfrig e Wiz.

No leilão de Guararapes — via corretora JP Morgan — o papel chegou a cair 11% em relação ao fechamento de ontem, antes de melhorar um pouco e sair a R$ 13,36, queda de 8,4%.  

Minutos depois, no final do pregão, a ação fechou a R$ 13,45, queda de 7,8%, negociando 9 vezes a média diária.  O papel cai 23,7% no mês.