Rubens Henriques, o CEO da Itaú Asset Management, está deixando o comando da maior gestora privada do País para montar sua própria gestora, pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
A gestora multi-estratégia receberá um investimento minoritário do BTG Pactual. O executivo tomou a decisão depois de receber abordagens do BTG e da XP.
A saída do executivo ilustra como o êxodo de recursos da renda fixa está instigando distribuidores e profissionais de mercado a montar estruturas que capturem o pool cada vez maior de taxas de administração e performance.
Egresso do Unibanco, Rubens está há 13 anos no Itaú e comanda a área de gestão de recursos — que investe R$ 700 bilhões de clientes — desde maio do ano passado.
Mas Rubens ficou mais conhecido no mercado pelo cargo que ocupou anteriormente: o de head da área de ‘fund of funds’ do Itaú, uma das cadeiras mais high profile da Faria Lima, capaz de determinar o sucesso ou o fracasso de novas gestoras. (Com R$ 230 bilhões sob gestão, a área decide se aloca capital em novos fundos, e tem investimentos substanciais em gestoras como SPX, Adam, Kapitalo e Absoluto.)
Já na Itaú Asset, Rubens foi um dos responsáveis pela implementação do projeto multimesas, que o Itaú usa para atrair gestores para administrar portfólios próprios dentro de um fundo multimercado chamado Global Dinâmico Plus. O Itaú fica responsável pela captação, gestão de risco e marketing, permitindo ao gestor focar apenas na estratégia.
Apesar de ser um household name no mercado, Rubens terá que se provar na nova casa, dado que sua experiência é mais como gestor de pessoas do que como gestor de mercado. Uma pessoa próxima ao executivo disse que, apesar da sociedade com o BTG, Rubens pretende que o negócio seja independente.
A saída ainda não foi comunicada internamente, mas o senior management do Itaú já está avaliando potenciais substitutos.
A Itaú Asset se reporta ao diretor-executivo Carlos Constantini. Constantini, responsável pela Wealth Management Services, uma divisão que inclui a gestora, o fund of funds, o private bank, a diretoria de produtos e soluções para investidores, e serviços de custódia e serviços de administração e custódia para fundos.
Quando foi nomeado para a posição, Rubens sucedeu Marcello Siniscalchi, que deixou o Itaú para montar a Asset 1.