O Grupo Pão de Açúcar acaba de fechar a venda de mais 11 lojas — levantando R$ 330 milhões que vão ajudar a varejista a desalavancar seu balanço.
A venda foi feita para um fundo privado não revelado, num contrato de sale and leaseback.
Oito das onze lojas serão alugadas ao GPA num contrato inicial de 15 anos; as três restantes serão alugadas por 18 anos.
A venda vem pouco mais de um ano depois do GPA vender outras 17 lojas para a gestora Barzel Properties por R$ 1,2 bilhão. Em 2020, a varejista já havia vendido outro pacote de 39 lojas para o fundo TRXF11, colocando outros R$ 1,2 bilhão no bolso.
A transação de hoje saiu um pouco mais barata para o comprador: ela embute um cap rate de cerca de 9%, maior que o da venda feita em 2020 pelo GPA, que saiu a um cap rate de 7,1%. Naquela época, no entanto, a realidade dos juros era outra.
A venda faz parte do plano do CEO Marcelo Pimentel de reduzir a alavancagem do GPA ao longo deste ano e em 2024.
Este processo deve envolver ainda a venda de outros ativos não core, incluindo a sede da companhia, em São Paulo, e um hipermercado que a rede tem no Rio de Janeiro.
Na call do primeiro tri com analistas, o CFO do GPA disse que a sede estaria avaliada em R$ 250 milhões, enquanto o hipermercado do Rio valeria outros R$ 250 mi.
A redução da alavancagem também passa por melhorias operacionais, que devem levar a margem EBITDA ajustada da empresa para entre 8% e 9% em 2024. No primeiro tri, a margem fechou em 6%.
O GPA também disse que quer reduzir o excesso de estoque de suas lojas, e vender sua participação no Grupo Éxito assim que o processo de cisão do ativo for concluído.
No final do primeiro tri, o GPA tinha uma alavancagem de 2,7x, com dívida líquida de R$ 3 bilhões e um EBITDA de R$ 1,1 bi nos últimos doze meses.
Um ano antes, a dívida líquida era bem maior, ao redor de R$ 4,5 bi.