Depois de uma maré de más notícias que parecia não ter fim, o Softbank finalmente recebeu uma boa.
A venda da Sprint (controlada pelo grupo japonês) para a T-Mobile foi aprovada ontem por um juiz nos Estados Unidos, um dos últimos passos que faltava num processo que já se arrasta há quase um ano.
A transação livra o Softbank de um negócio que vinha queimando caixa e retira de seu balanço mais de US$ 40 bilhões em dívida líquida da Sprint.
A ação do Softbank subiu 14% essa noite na Bolsa de Tóquio, elevando seu valor de mercado a US$ 110 bilhões, enquanto a Sprint disparou 78% ontem em Nova York.
“Com a fusão removendo os US$ 40 bilhões em dívidas do balanço e colocando fim à dor de cabeça potencial de ter que encontrar um outro comprador para a Sprint, achamos que o Softbank mais uma vez conseguiu se livrar de um grande problema”, um analista da Asymmetric Advisors escreveu em relatório, segundo a CNBC.
Segundo a Bloomberg, os termos da fusão entre as duas empresas provavelmente será revisado, já que o deal original expirou — o que pode significar que o Softbank acabe ficando com uma fatia menor da empresa combinada. As duas companhias informaram que esperam concluir a transação até 1 de abril.
O alívio com a Sprint vem num momento em que o Softbank sofre com o ceticismo do mercado e em meio a dificuldades do grupo em captar recursos para o Vision Fund II — cujo objetivo inicial era levantar mais de US$ 100 bilhões (o tamanho do primeiro fundo).
A notícia também vem dias depois da Elliott Management anunciar uma posição de US$ 2,5 bilhões no Softbank.
Hoje, durante o anúncio dos resultados do quarto trimestre, Masa disse que muitos investidores ficaram preocupados com a debacle do WeWork e os problemas do Uber, e que isso deve adiar a captação do Vision Fund II — mas disse que a empresa vai continuar investindo com recursos próprios.
No período, o lucro do Softbank despencou para US$ 24 milhões, com perdas expressivas no Vision Fund, cujas investidas perderam mais de US$ 2 bilhões em valor de mercado.
Mas Masa ressaltou que o Vision Fund está no caminho para retornar à lucratividade. Segundo ele, o valor de mercado das oito companhias listadas do portfólio (incluindo Uber, Slack e Guardant Health) já subiu US$ 3 bilhões desde o final do quarto tri.
De lá para cá, as ações do Uber, por exemplo, subiram mais de 35% — a participação do Softbank na empresa agora vale US$ 1,5 bilhão a mais do que o investimento inicial.
“Na última teleconferência de resultados eu usei as palavras “eu lamento” 20 vezes,” disse ele. “Mas depois de um inverno difícil sempre vem a primavera. A maré está mudando.”