A Globant, uma empresa de tecnologia que nasceu em Buenos Aires e hoje é uma multinacional presente em sete países, acaba de listar suas ações na Bolsa de Nova Iorque (NYSE).

Foi o primeiro IPO argentino desde 2011, quando a Arcos Dorados, franqueada do MacDonald’s para a América Latina, abriu seu capital na Bolsa.

Os fundadores da empresa, quatro engenheiros de La Plata, tocaram a campainha marcando a abertura do pregão na manhã desta sexta-feira.globant logo

Foi uma rara imagem de sucesso argentino nos dias de hoje — piadas sobre a Copa à parte — e uma que só foi possível porque a Globant, apesar de ter nascido na Argentina, não depende da economia de seu país natal. Quase 90% do faturamento da Globant vem de clientes nos EUA e Europa.

A Globant nasceu como uma resposta de seus fundadores à própria disfuncionalidade do País.

Em 2003, com a economia argentina ainda sofrendo as consequências da crise institucional de 2001, os quatro jovens pediram demissão de seus empregos para fazer a mais improvável das apostas naquele momento: fundar uma empresa. O primeiro mandamento que se impuseram: “Ser uma multinacional: conquistar primeiro o mundo, depois a Argentina.”

Em vez de se enrolar na bandeira argentina e tentar crescer olhando para o seu próprio umbigo — tudo o que os governos argentinos atuais defendem — a Globant cortejou o capital internacional.

Atraiu o fundo de private equity Riverwood Capital e a maior agência de publicidade do mundo, a WPP, e usou o dinheiro para fazer aquisições nos EUA, Reino Unido e no Brasil. Acabou se tornando um “case” de empreendedorismo no MIT, em Harvard e em Stanford.

O governo argentino tem uma lei de incentivo às empresas de software, que pagam menos imposto — talvez uma compensação por tudo que o governo faz contra os empresários do País.

As ações da Globant, oferecidas aos investidores entre 11 e 13 dólares, saíram no IPO a 10 dólares e negociam a 11,30 agora à tarde.

Globant_NYSE