A Glencore, uma das maiores trading companies do mundo, acaba de zerar sua posição na CSN Mineração três meses depois de entrar no IPO da mineradora — um movimento que sugere que um dos maiores insiders do mercado de minério de ferro acha que o rali da commodity para US$ 240 a tonelada pode estar próximo do fim.

Depois de sair a R$ 8,50 no IPO em 12 de fevereiro, a ação da CSN Mineração subiu 30% e fechou ontem a R$ 10,90.  De lá para cá, o minério saiu de US$ 150 para US$ 240 a tonelada.

Agora há pouco, a Glencore vendeu R$ 1,17 bilhão a R$ 10,25 num bloco organizado pelo Bank of America, que deu garantia de execução a R$ 10,20 por ação.  O risco era alto: a posição era equivalente a 21% do free float da companhia, ou quase 15 dias de negociação do papel.

O preço foi um desconto de 5,5% em relação ao fechamento de ontem.

A Glencore, que havia ancorado o IPO com uma ordem de US$ 200 milhões costurada pelo próprio Benjamin Steinbruch, também ganhou com a valorização do real, que saiu de R$ 5,40 para R$ 5,20.

Na semana passada, a CSN vendeu sua participação na Usiminas, num bloco também via BofA que movimentou R$ 1,3 bilhão mas equivalia a apenas três dias de negociação do papel.