A Paramount Global – a dona do icônico estúdio que lançou blockbusters como Top Gun – aceitou uma proposta de fusão com a Skydance Media, uma produtora fundada e comandada por David Ellison, filho do fundador da Oracle, Larry Ellison.

Ellison – le fils – será o novo CEO da Paramount, que apesar de alguns sucessos recentes nas telas vem enfrentando dificuldades diante da concorrência das plataformas mais populares de streaming. A empresa perdeu metade de seu valor de mercado nos últimos dois anos.

A família Ellison, ao lado de seus financiadores, está desembolsando mais de US$ 8 bilhões, incluindo US$ 1,5 bilhão para quitar dívidas e US$ 4,5 bilhões para adquirir ações do estúdio.

A Paramount vinha analisando possíveis acordos desde o ano passado. Há quatro semanas, por pouco não fechou uma transação com a Skydance, mas Shari Redstone, a acionista controladora e chair da Paramount, abandonou as conversas abruptamente, para surpresa do board.

Shari é uma das herdeiras do pequeno império de mídia construído por seu pai, Sumner Redstone, que morreu há quatro anos. Ele foi um dos fundadores da Viacom, comandou a CBS e era o maior acionista da rede de cinemas National Amusements.

A família Redstone aceitou vender a holding National Amusements Inc., que controla 77% das ações com direito a voto da Paramount, por US$ 2,4 bilhões, incluindo dívidas.

As origens da Paramount remontam a 1912. É o segundo estúdio de cinema mais antigo dos EUA, atrás apenas da Universal.

O acordo, assinado no domingo, dá ao conselho uma janela de 45 dias para procurar uma proposta mais vantajosa.

Na fusão das companhias, a Skydance vai pagar US$ 15 por ação da Paramount, um prêmio de 56% em relação à mínima histórica registrada no mês passado. Ao fim, a Skydance deverá ter 100% do capital com direito a voto e aproximadamente 70% do capital total da companhia.

A Skydance já vinha sendo uma das principais parceiras em produções cinematográficas da Paramount, como ocorreu em Top Gun e nas franquias Missão: Impossível, Transformers e Star Trek.

Essa ligação deu à produtora uma vantagem nas conversas em relação a outras possíveis candidatas à aquisição, entre elas a Sony e a Warner Bros., além da firma de private equity Apollo.

A ambição de Ellison, que contou com o respaldo empresarial e financeiro do pai para levar o negócio adiante, é fazer da Paramount uma plataforma líder em mídia, entretenimento e tecnologia.

Para isso, promete cortar custos e alavancagem, investindo na transição para um modelo de negócios em linha com os novos tempos de canais a cabo em queda e domínio do streaming – um turnaround­ que os estúdios tradicionais não vêm conseguindo fazer com sucesso.

O serviço de streaming Paramount+ tem 71 milhões de assinantes – contra 270 milhões da Netflix – e tem sido uma máquina de perder dinheiro.