Elie Horn está batendo palmas.

Michael Bloomberg dará um cheque de US$ 1,8 bilhão para a Johns Hopkins University  a maior doação já feita a uma instituição de ensino.

Os recursos serão usados exclusivamente para garantir bolsas de estudos e programas de assistência estudantil a famílias de baixa e média renda.

A doação de Bloomberg que se soma a outro US$ 1,5 bilhão que o empresário já doou à instituição permitirá que a Johns Hopkins se torne uma das poucas universidades ‘need-blind’ dos Estados Unidos, ou seja, que leve em consideração apenas os méritos do estudante como critério da admissão, independente de sua capacidade de pagar.

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Num artigo no The New York Times, Bloomberg se disse extremamente incomodado com o fato de que as universidades de prestígio estão cada vez mais reservadas apenas aos estudantes de famílias ricas. 

“Isso machuca o filho de um fazendeiro em Nebraska tanto quanto a filha de uma mãe trabalhadora de Detroit”, escreveu o ex- prefeito de Nova York por três vezes e potencial candidato à Casa Branca em 2020. “A América está no seu melhor quando recompensamos as pessoas pela qualidade do seu trabalho, e não pelo tamanho do seu bolso.”

Um estudo recente mostra que em 38 das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos, como Yale, Princeton, Dartmouth e Brown, mais estudantes vieram do 1% mais rico do que de toda a base dos 60% mais pobres  apesar de muitos desses estudantes de baixa renda terem as qualificações necessárias para admissão.

Para ilustrar a transformação que o acesso ao ensino de qualidade proporciona, Bloomberg apelou a sua própria história.

Filho de um contador que nunca ganhou mais de US$ 6 mil por ano, Bloomberg só conseguiu pagar sua faculdade de engenharia mecânica na Johns Hopkins graças a um empréstimo estudantil e a um trabalho de meio período no campus da universidade.

Mas a oportunidade mudou sua vida: “Meu diploma na Hopkins abriu portas que de outra forma teriam se mantido fechadas para mim. E permitiu que eu vivesse o sonho americano.”

Bloomberg fez sua primeira doação para a universidade um ano depois de se formar: doou US$ 5.  “Era o que eu podia na época.”

Desde então, o empresário destinou mais de US$ 1,5 bilhão de sua instituição de caridade, a Bloomberg Philanthropies, à universidade principalmente para ajudar nas pesquisas acadêmicas e no programa de assistência.

Bloomberg reconhece que sua doação para uma única universidade não deve mudar o cenário dos Estados Unidos.

Mas ele dá a receita do bolo: “Como país, podemos enfrentar esses desafios e abrir portas de oportunidades para estudantes com três passos: primeiro, melhorar a orientação das universidades para que mais alunos com backgrounds diversos apliquem para ensinos de elite…. segundo, persuadir um número cada vez maior de universidades a aumentarem seus programas de assistência estudantil…. e terceiro, estimular que mais ex-alunos contribuam com doações para os programas de assistências das universidades.”

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