A mexicana FEMSA está negociando a compra do Grupo DPSP, dona das Drogarias São Paulo e Pacheco, fontes com conhecimento do assunto disseram ao Brazil Journal. As conversas ainda são preliminares e não há garantia de que o negócio será fechado.
As tratativas são para a compra de 100% do negócio e o DPSP vem sendo representado por uma ex-banker do Banco Espírito Santo que assessorou a Pacheco na fusão com a São Paulo em 2011.
As incursões de investidores estratégicos internacionais no varejo farmacêutico brasileiro nunca foram muito bem-sucedidas. A CVS — que chegou a negociar a compra do DPSP há cerca de cinco anos — acabou tendo que vender a Onofre para a Raia Drogasil no ano passado depois de tomar prejuízo com o negócio.
A FEMSA, no entanto, tem expertise no negócio na América Latina, bolsos fundos e apetite pelo Brasil.
Mais conhecida por ser a dona da maior engarrafadora de Coca-Cola do mundo, com operações no Brasil, a holding também tem um braço que opera mais de 1.100 farmácias no México e no Chile sob as marcas marcas YZA, Moderna, Farmacon e Cruz Verde.
A holding começou a investir em farmácias no México em 2013, como uma forma de alavancar a expertise no varejo adquirida em lojas de conveniência. A FEMSA é dona da Oxxo, a maior rede de lojas de conveniência da América Latina, com mais de 18 mil pontos de venda no México, Colômbia, Chile e Peru.
As conversas com a DPSP vem num momento em que a FEMSA finca o pé no varejo brasileiro com as lojas de conveniência. Em agosto, a empresa fechou uma sociedade com a Raízen — joint venture da Shell com a Cosan — para operar e expandir as lojas Shell Select e criar uma rede de lojas de proximidade com a bandeira Oxxo.
A DPSP tem 1.350 lojas concentradas principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em 2018, a companhia faturou R$ 9,1 bilhões, 3% a mais que no ano anterior. O lucro, no entanto, recuou 23% para R$ 216 milhões.
A Pacheco e a São Paulo se fundiram em 2011, meses depois de a Raia se juntar à Drogasil. A família Barata, dona da Pacheco, tem participação de 51% na DPSP. Os 49% restantes estão nas mãos da família Carvalho, fundadora da Drogaria São Paulo.