A XP e os executivos que deixaram o Credit Suisse no fim de julho vão se unir num novo negócio com a ambição de criar uma das maiores plataformas de private banking do Brasil, disseram pessoas próximas às negociações.
 
O Credit Suisse disse que apenas 18 funcionários do wealth management deixaram o banco desde o fim de julho, mas as fontes envolvidas no novo negócio dizem que o total de pessoas envolvidas no projeto chegará a 30.
A XP vai ficar com 49% da nova empresa e está disposta a investir R$ 300 milhões no projeto ao longo dos próximos anos, segundo essas fontes.

Marco Abrahão, o ‘Maculé’, e Fabio Guilger — dois dos executivos mais sêniores do time, com 19 anos de banco — ainda não estão a bordo, mas o CEO Guilherme Benchimol continua tentando atrai-los. 

Alguns dos executivos ainda estão em período de ‘garden leave’, e todos deverão cumprir suas obrigações com o CS até o final, antes de começar a competir.

A nova empresa — que tende a ser uma corretora, ainda que o martelo não esteja batido — vai cobrir clientes “ultra high”, o segmento em que o time atuava no CS, mas também vai aproveitar sinergias com todas as linhas de negócio da XP, como mercado de capitais, operações estruturadas e crédito.

O mercado agora vai especular se parte do valor a ser investido pela XP envolve pagamentos aos executivos.  O mercado estima que Maculé, Guilger e Gustavo Kessler, o “Tacacá”, deixaram na mesa dezenas de milhões de reais em ações do Credit Suisse quando saíram do banco.

O acordo, assinado esta madrugada, veio depois de semanas de negociação exaustiva entre a XP e os executivos que começaram logo após a saída deles do banco.

Houve inúmeras conversas individuais — que envolveram Benchimol e Gabriel Leal — para convencer cada executivo sobre os méritos de somar forças num novo projeto. 

Como a saída do CS foi muito abrupta, cada executivo tinha uma cabeça diferente: alguns pensavam em se tornar executivos; outros, morar fora; e só uma parte pensava em montar um negócio próprio.

 
A Seneca Evercore assessorou o grupo nas negociações.