Quase 60% dos brasileiros estão ficando em casa, e o isolamento social tem crescido nas últimas semanas.

Os dados, fornecidos com exclusividade ao Brazil Journal, são da In Loco, empresa de tecnologia de geolocalização cujo software está embarcado em mais de 60 milhões de celulares, permitindo a amostragem mais significativa da população brasileira de que se tem notícia.

Desde que cidades e estados começaram a decretar lockdowns, a In Loco passou a compilar os dados e a criar um Score de Isolamento Social.

O índice mede o percentual de pessoas que não saíram de casa naquele dia. 

“Se uma pessoa vai à padaria ou ao barbeiro, mesmo que seja no mesmo quarteirão de casa, ela sai do índice e não é considerada isolada,” diz André Ferraz, o fundador da In Loco.

A média da semana foi de 59,33%, com o seguinte breakdown por dia:

Domingo (22): 70%
Segunda (23): 56%
Terça (24): 56%
Quarta (25): 57%
Quinta (26): 58%
Sexta (27) 59%

Os dados mostram que o discurso do Presidente Bolsonaro na terça-feira à noite pode até ter impedido o isolamento de crescer, mas não o fez diminuir.  

Para calcular a média nacional, a In Loco pondera os números pela população de cada estado.

Os estados mais disciplinados — que estão se isolando acima da média nacional — são Santa Catarina, Goiás e Ceará, 66%, 65% e 63% respectivamente.

Os estados mais populosos do Sudeste foram assim, na média da semana:  São Paulo (57,7%), Rio de Janeiro (59,4%) e Minas (57,8%).

Segundo a In Loco, quarta-feira é o dia em que as pessoas menos ficam em casa. E mesmo na quarta-feira o brasileiro tem se recolhido mais.

A média das últimas três quartas-feiras mostra que o isolamento progrediu de 22% para 32% para 57%. 

O domingo, dia em que as pessoas saem menos de casa, evoluiu assim:  34% no dia 8, 52% no dia 15 e 70% no domingo passado. 

A In Loco está compartilhando esses dados gratuitamente (incluindo movimentações até um raio de 400 metros) com algumas prefeituras e governos estaduais para ajudá-los a entender a efetividade das medidas de isolamento e tomar decisões mais informadas.

O grande diferencial da In Loco em relação a outras tecnologias de localização, seja por GPS ou telefonia celular, é a precisão. Enquanto tecnologias como Waze e Google Maps tipicamente atingem precisão aproximada de 100 metros, a In Loco consegue ser precisa em até 3 metros.

A startup preserva a privacidade do usuário: todos os dados analisados são anônimos e coletados com o consentimento informado, respeitando as diretrizes da LGPD. 

Além disso, os governos não recebem os dados brutos de localização, apenas as estatísticas agregadas. 

Quando o lockdown acabar, a In Loco pretende usar sua tecnologia para medir a velocidade da retomada nos vários segmentos do varejo e de serviços.

 

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