A LyondellBasell abandonou as conversas para comprar a Braskem, duas fontes próximas à situação disseram ao Brazil Journal.

Segundo uma delas, a petroquímica holandesa fará um comunicado ao mercado nas próximas horas.

A desistência tem a ver com insegurança jurídica.

Segundo as fontes, quando a Odebrecht pediu a recuperação judicial da Atvos na semana passada, ela selou o destino do negócio envolvendo a Braskem.

A dívida de R$ 12 bilhões da Atvos — o negócio de etanol da Odebrecht — tem como garantia ações da Braskem, e existe a chance iminente de que um dos credores invoque uma cláusula de ‘cross default’, acelerando as dívidas dos outras empresas da Odebrecht.

A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) e a ODB SA controlam indiretamente as ações da Braskem. Com o ‘cross default’, a recuperação judicial da Atvos deve tornar as dívidas destes dois veículos vencidas, colocando as ações da Braskem nas mãos dos credores dos dois veículos.
 
“Deixou de haver o que os advogados de M&A chamam de ‘rep fundamental’ num contrato de compra e venda:  a representação (feita pelo vendedor) de que as ações estão livres e desembaraçadas,” disse uma fonte.
 
A RJ da Atvos e a desistência da Lyondell reduzem a margem de manobra da Odebrecht e colocam o conglomerado ainda mais perto de uma recuperação judicial.  Agora, ou a empresa se protege dos credores para evitar a aceleração de suas dívidas, ou a dívida é acelerada — forçando a empresa a tomar a mesma medida.

Mesmo antes do caso Atvos, a venda da Braskem já enfrentava outras incertezas, como o tamanho do passivo que a Braskem terá devido ao afundamento de bairros de Maceió, um problema aparentemente causado por sua operação de sal gema naquele estado.