A CVC está prestes a anunciar Leonel Andrade como seu novo CEO, instalando um executivo de alta credibilidade com o mercado no comando da companhia em seu momento mais crítico desde o IPO, duas fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
O executivo, que era CEO da Smiles até maio do ano passado, será recompensado majoritariamente em ações da CVC, segundo essas duas fontes.
A ação da CVC, que negociava a R$ 65 em fevereiro do ano passado, agora sai a R$ 20, o nível mais baixo desde meados de 2016. No fechamento de hoje, a empresa valia menos de R$ 3 bilhões na Bolsa.
Desde que a CVC divulgou a descoberta de um erro contábil em seu balanço, na quinta-feira passada, houve uma mobilização da base de acionistas junto ao conselho, pressionando por uma troca de comando rápida.
Leonel — que é membro do conselho da BR Distribuidora e das Lojas Marisa — preparou e conduziu o IPO da Smiles. Nos cinco anos de sua gestão, a ação foi de R$ 21,70 para cerca de R$ 95, além da companhia ter distribuído cerca de R$ 20 por ação em dividendos, nas estimativas de um gestor que era acionista da Smiles.
O executivo também tem amplas conexões no mundo bancário e de serviços financeiros: antes da Smiles, foi CEO da Credicard e da Losango, então a maior financeira do País.
A descoberta do problema contábil foi apenas o capítulo mais recente do inferno astral da CVC.
Os outros quatro cavaleiros do apocalipse foram: a quebra da Avianca, que custou pelo menos R$ 100 milhões à empresa; a desvalorização cambial aguda desde o final do ano passado, que trabalha contra as viagens internacionais; a crise do MAX, que reduziu a capacidade da GOL e pressionou para cima os preços de passagens domésticas; e a epidemia de coronavirus, que represa planos de viagens.