A Dotz mandatou bancos para uma oferta 100% primária de cerca de R$ 700 milhões, no primeiro IPO de uma empresa de fidelidade não conectada a uma companhia aérea, fontes próximas à transação disseram ao Brazil Journal.
A companhia fundada pelos irmãos Alexandre e Roberto Chade mandatou BTG Pactual, Itaú BBA, JP Morgan e UBS BB. O Banco do Brasil é um parceiro comercial relevante da empresa.
A Dotz fatura entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.
Fundada no início dos anos 2000, a Dotz foi uma das pioneiras no Brasil no modelo de programas de fidelidade de coalizão, no qual o usuário acumula e troca pontos com várias empresas parceiras. A Dotz tem quase 150 parceiros de ecommerce e 100 lojas físicas.
A empresa tem 45 milhões de clientes cadastrados, dos quais 10 milhões interagem com ela pelo menos uma vez por ano e 5 milhões pelo menos uma vez por mês.
Agora, a Dotz está tombando esta base de usuários em sua carteira digital, lançada no final de maio. Na primeira semana, a empresa já havia convertido 500 mil membros em usuários de sua digital wallet, que permite ao cliente receber cashback ou usar os pontos Dotz para pagar compras.
A estratégia é transformar um negócio que já havia perdido seu sexy appeal numa plataforma digital capaz de oferecer serviços financeiros, com baixo custo de aquisição, e monetizar uma base de dados que oferecem insight sobre o comportamento do consumidor.
“Se antes você ia ao Pão de Açúcar e comprava packs de cerveja e agora passou a comprar fraldas, a Dotz sabe que você teve filho antes do Google,” diz uma fonte próxima à companhia.
No futuro, a Dotz pretende usar esta base massiva de dados para oferecer produtos financeiros próprios, ou monetizá-la vendendo dados para a indústria.
Os recursos do IPO ajudarão a companhia a fazer a transição do modelo de fidelidade tradicional para a nova estratégia digital, que deve consumir caixa antes de gerar resultado.
Em 2018, a Dotz comprou a Netpoints, adquirindo sua principal rival neste mercado.