A Experian, dona da Serasa no Brasil, está em negociações finais para adquirir a ClearSale, a empresa brasileira de ferramentas antifraude listada na B3, duas pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
Depois de bater um low de R$ 3,15 em janeiro deste ano, a ação da ClearSale está em alta de 57% desde o início de março – e sobe 10% agora à tarde em meio a especulações sobre a venda da companhia.
Como em toda transação deste tipo, não há garantias de que o negócio será fechado, mas as negociações entre os dois lados começaram ainda no início de 2023 – e já tiveram suas idas e vindas diversas vezes.
A due diligence terminou no final de março, e as negociações ainda continuam.
As fontes disseram que a conversa envolve um prêmio substancial sobre o valor de mercado e o fundador da ClearSale, Pedro Chiamulera, potencialmente assumindo um papel global na Experian.
O negócio da ClearSale é visto como altamente complementar ao da Experian, um gigante global de gestão de informações e banco de dados que vale £ 31 bilhões na Bolsa de Londres.
No Brasil, a Serasa Experian é o player dominante no mercado de análise de crédito, com um market share de mais de 60%. Já a ClearSale atende 10 dos 10 maiores ecommerces do País, e 7 das 10 maiores instituições financeiras, analisando o comportamento dos clientes para tentar prevenir fraudes.
A ClearSale analisa desde fraudes mais óbvias — como um link falso — até mudanças no comportamento do consumidor que podem indicar que há uma fraude ocorrendo — por exemplo, usar um celular diferente do padrão ou comprar de um local fora do padrão.
“A Serasa Experian já sabe tudo dos consumidores na parte de ativos e passivos. Se ela passar a ter também as informações do comportamento ela vai virar um one stop shop total de qualquer relacionamento B2C,” disse uma fonte próxima à empresa.
Os maiores acionistas da ClearSale são o fundador Pedro Chiamulera com 35,3%; e a Innova Capital, de Verônica Serra, com 17%.
O free float é de 30%.