Quem está na frente da disputa tecnológica da AI, os EUA ou a China?
Jensen Huang, o CEO da Nvidia, conhece como poucos as forças e as fraquezas de cada um desses competidores – e acaba de fazer uma análise detalhada da disputa, ao comentar o tema numa entrevista à CNBC.
Indagado de bate-pronto sobre se os EUA estavam na dianteira dessa corrida, Huang respondeu: “No geral, eu diria que não estamos muito à frente.”
As principais vantagens americanas, em sua opinião, estão em processadores e nos modelos de linguagem mais avançados. Mas a China tem a dianteira em modelos open source e tem sido ágil na utilização das ferramentas de AI.
“Precisamos estar bastante atentos,” disse Huang. “A sociedade chinesa adota novas tecnologias com muita rapidez.”
Segundo ele, a China tem algumas empresas de ponta e vem fabricando os seus próprios chips. “Eles têm a Huawei. Eles têm startups realmente sofisticadas e empreendedoras construindo chips de IA.”
Outro ponto a favor dos chineses é que “não há uma regulamentação rigorosa no nível industrial – e a aplicação [da AI] está avançando rapidamente.”
“Essa é uma área que me preocupa bastante,” disse Huang. “Espero que as empresas e a sociedade americanas adotem rapidamente aplicações de AI, porque, em última análise, essa revolução industrial será vencida na camada de aplicação e na camada de difusão.”
De acordo com Huang, a China possui 50% dos pesquisadores de AI e 30% do mercado de tecnologia.
“O mercado chinês é grande. Eles têm um bilhão de usuários, então não é um mercado do qual você possa facilmente se afastar se o seu objetivo final for que os EUA vençam a corrida da AI,” disse.
Por isso, advertiu que seria um risco “isolar a tecnologia americana nos EUA” e abrir mão de outros mercados.
“Se a base tecnológica americana representar 80% do total mundial, então estaremos fazendo um bom trabalho para vencer a corrida da AI. Mas se os EUA tiverem 20%, perderemos a disputa”, afirmou Huang.
Outro ponto a favor da China é a disponibilidade de eletricidade – um dos possíveis gargalos para o desenvolvimento de AI nos EUA.
“Eles estão muito à frente em energia,” disse Huang. “Estou feliz que o Presidente Trump tenha se inclinado para o crescimento do setor energético, para que toda uma indústria acima dele possa se desenvolver.”
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