Depois de uma queda recente que gerou um de-rating na ação, o Bradesco BBI vê a Eneva num ponto de entrada “atrativo” — negociando a uma TIR real de 8% para os ativos já existentes. 

“É um ponto de entrada atrativo dado os ativos de alta qualidade da Eneva, sua disciplina na alocação de capital e as oportunidades de médio-prazo já mapeadas,” escreveu o analista Francisco Navarrete.

O Bradesco reiterou a recomendação de compra e elevou o preço-alvo da ação de R$ 16 para R$ 17,50, um upside potencial de 27%.

Navarrete notou que a Eneva continua crescendo sua capacidade em térmicas a gás com três grandes movimentos nos últimos meses: a compra das térmicas a gás da Celse (que adicionaram 1,6 GW de capacidade); a compra da Termofortaleza (327 MW); e a vitória no leilão de capacidade em setembro que adicionou 590 MW.

“Com esses movimentos de M&A, a Eneva mitiga o risco de aumentar sua alavancagem por um despacho inesperadamente baixo em sua unidade de gás em Parnaíba,” escreveu o analista. 

O Bradesco estima que a alavancagem da Eneva suba para 4,8x o EBTIDA no quarto tri, sem considerar os ganhos não-recorrentes da aquisição de Termofortaleza — um patamar um pouco acima do exigido pelos covenants (4,5x). A alavancagem, no entanto, deve cair para 4,1x em 2023 mesmo com um despacho zero em Parnaíba (o cenário-base do Bradesco). 

Desde setembro, a ação da Eneva cai cerca de 5%, em comparação a uma alta de 8% do Ibovespa, o que tornou a ação atrativa, mesmo que ela ainda esteja precificando crescimento, segundo o Bradesco.

“Na nossa visão, um prêmio ainda maior de crescimento é justificado, já que num espaço maior de tempo o desenvolvimento do mercado de gás no Brasil deve continuar a apresentar boas oportunidades para players com recursos de gás baratos e baixo custo de capital, como a Eneva.”

A ação da Eneva negocia a R$ 13,55, com a empresa valendo R$ 21,5 bi na Bolsa.