A Eneva acaba de declarar a comercialidade de seu nono campo de gás, eliminando de vez as dúvidas sobre sua capacidade de atender suas térmicas e abrindo caminho para firmar novos contratos de fornecimento no Complexo Parnaíba.
O novo campo se chamará Gavião Carijó e tem volume estimado de 3,04 bilhões de metros cúbicos (bcm), o que equivale a 10% das reservas de ‘gas-in-place’ da companhia no Maranhão.
O último campo a ser declarado comercial — Gavião Tesoura, em setembro de 2018 — tinha 2,24 bilhões de metros cúbicos em reserva estimadas.
“É um volume grande para companhia”, diz um gestor comprado no papel. “Não é transformacional, mas acaba com o risco de faltar gás.”
As usinas do Complexo do Parnaíba consomem cerca de 3 bcm/ano quando integralmente despachadas, mas nos últimos anos o despacho — determinado pelo Operador Nacional do Sistema — tem ficado por volta de 50%.
Ou seja, na prática, o volume estimado no novo campo sozinho é suficiente para recompor dois anos de despacho.
Antes de Gavião Carijó, a Eneva já tinha cerca de 21 bcm de reservas remanescentes no Parnaíba e, como o prazo médio de seus contratos de fornecimento de energia é de sete anos, o volume já era suficiente para atender os contratos mesmo no caso de despacho integral.
Agora, com o novo campo, há um excedente de gás.
(Nota técnica: há uma diferença entre o volume de gas-in-place estimado nos campos e a produção efetiva de gás — o chamado ‘fator de recuperação’ —, que, no caso de Parnaíba, tem ficado em cerca de 80%. Em outras palavras, é provável que os 3 bcm não sejam integralmente extraídos.)
O novo campo fica num raio de 100 km das usinas da companhia — e pela distância seria possível plugar o gás às unidades de tratamento de gás e usinas já existentes, aproveitando a base de ativos já depreciada para gerar novos contratos de energia.
A ação da Eneva sobe quase 150% na B3 neste ano, dando a companhia um valor de mercado de R$ 13 bi.
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