A rotação dos investidores das ações de ‘growth’ (com geração de caixa esperada mais no longo prazo) para ‘value’ (com grande geração de caixa atual) está fazendo o mercado aumentar a aposta na Berkshire Hathaway.
Os ativos da companhia de Warren Buffett – a seguradora Geico, ferrovias e utilities, dentre outros – são geradores de caixa e fortemente ligados à economia real, e claramente se beneficiam com a ‘volta à normalidade’.
Muitas de suas subsidiárias foram afetadas na pandemia, principalmente aquelas ligadas aos segmentos de aviação, energia, vestuário e energia elétrica. Agora, a retomada econômica, não apenas nos EUA como em todo mundo, deve aumentar o resultado.
Enquanto isso, o múltiplo P/BV (‘price-to-book’) da Berkshire atingiu 1,5x, pouco acima de sua média dos últimos 5 anos (1,4x). Ou seja, a empresa ainda nem começou a se beneficiar da expansão de múltiplo que já levantou setores como energia e bancos.
Mas investir na Berkshire não é só investir em ativos ‘boring’ da velha economia. Só o investimento que Buffett fez na Apple, originalmente de US$ 30 bi, já quadruplicou, atingindo mais de US$ 120 bi no último trimestre reportado. Sozinha, a posição em Apple representa hoje mais de 20% do valor de mercado da Berkshire inteira (e cerca de 40% do seu portfólio de ações).
A Berkshire sempre foi uma grande compradora de sua própria ação, mas as recompras cresceram nos últimos três anos. As recompras passaram de US$ 20 bilhões nos primeiros 9 meses de 2021, em cima dos US$ 25 bilhões que ela já havia comprado em 2020.
Nas primeiras duas semanas de 2022, a ação da Berkshire acumula alta de 8%, frente a uma queda de cerca de 2.2% do S&P no período.