Ken Griffin está se saindo um Bobby Axelrod da vida real.

O fundador do Citadel, um dos maiores hedge funds dos EUA com US$ 25 bilhões sob gestão, acaba de comprar o imóvel mais caro de Chicago, onde fica a sede do Citadel.

Segundo a CNBC, que cita jornais locais, ele levou os quatro andares mais altos de um condomínio de luxo na Gold Coast por US$ 58,5 milhões. E isso pelo apartamento ‘pelado’:  ele ainda deve gastar milhões de dólares para mobiliar os 2,3 mil metros quadrados.

Antes, o recorde pertencia ao diretor de cinema George Lucas, que havia pago US$ 18,75 milhões por uma cobertura na Windy City.

Griffin tem um patrimônio avaliado em US$ 8,5 bilhões, e sua exuberância imobiliária em Chicago não é a primeira.  Nos últimos anos, ele tem destruído todos recordes do setor. 

Em 2015, ele fez a transação imobiliária residencial com mais zeros da história dos EUA:  pagou US$ 250 milhões por um triplex de 1.672 metros quadrados num prédio ainda em construção em Manhattan (220 Central Park South).

Também já comprou o imóvel mais caro de Miami: US$ 60 milhões por uma cobertura na Faena House (na foto acima). (O CEO da Goldman, Lloyd Blankfein, é seu vizinho pobre no mesmo prédio: pagou US$ 9,5 milhões pelo oitavo andar).

E, em Palm Beach, Griffin está construindo o que pode se tornar a casa mais cara dos Estados Unidos: pagou US$ 200 milhões só pelo terreno.

Pode parecer muito dinheiro — mas não para um dos gestores mais bem pagos do mundo.

Griffin liderou por dois anos consecutivos a lista de remuneração da Institutional Investor’s Alpha. Em 2014, botou US$ 1,3 bilhão no bolso e, em 2015, US$ 1,7 bilhão. No ano seguinte, quando a Citadel teve o pior desempenho em oito anos com um retorno de apenas 5%, a remuneração de Griffin caiu para US$ 600 milhões, o que o levou para o sexto lugar da lista.

Apesar da derrapada em 2016, Griffin consegue entregar retornos consistentemente acima do mercado. Nos últimos 20 anos, seus dois fundos principais renderam em média de 19%, de acordo com o Chicago Tribune.

Além do modelo clássico 2/20 — que cobra do cliente uma taxa de 2% sobre o dinheiro aplicado, mais 20% da performance do fundo — a Citadel é conhecida por repassar aos clientes também outros custos (‘pass-through fees’), que podem incluir desde o bônus de contratação de um novo funcionário a investimentos em tecnologia.

Com o pass-through, segundo a Reuters, a taxa de administração fica entre 5% e 10%.

Numa rara entrevista, Griffin certa vez admitiu que suas compras de imóveis têm a ver com prazer. “Eu acho que é preciso ter isso em mente que quando as pessoas tomam a decisão de comprar um imóvel de alta qualidade, não é apenas um investimento. É onde eles passam o tempo com a família e entes queridos.”

 
“Pessoalmente, eu ficaria com Miami. A gente só vive uma vez. O ouro vai ficar no cofre… o que ele vai fazer por você?”