A Dynamo está abrindo para captação na XP seu fundo global de ações, dando ao investidor do varejo acesso a uma das gestoras mais bem sucedidas da indústria — e num momento em que o brasileiro cada vez mais busca exposição a empresas globais.
O fundo — com o complexo nome de ‘DYN Global Dólar Advisory FIC FIA IE’ — terá capacidade de R$ 1 bilhão e estará aberto para investimentos a partir de hoje à tarde. O investimento mínimo é de R$ 25 mil, e a liquidação das ordens deve acontecer no dia 29.
A Dynamo fez duas concessões para adaptar o produto ao varejo: abriu mão do lockup de um ano que ela tradicionalmente exige e vai aceitar investidores qualificados (aqueles com mais de R$ 1 milhão em liquidez), em vez de apenas investidores profissionais (com mais de R$ 10 mi). O resgate é em D+90.
O fundo segue a mesma filosofia de investimentos do Dynamo Cougar, o principal fundo da gestora: análise fundamentalista, posições de longo prazo e um portfólio relativamente concentrado.
A carteira do fundo tem tipicamente de 15 a 20 ações, principalmente de empresas americanas e europeias. As cinco maiores posições representam cerca de 50% do patrimônio.
A gestão é feita por Cristiano Souza e Bruno Rocha, sócios antigos da Dynamo, e um time de sete analistas baseado em Londres.
A estratégia de alocação global da Dynamo começou em 2006, quando os sócios da gestora criaram um veículo em Cayman para investir seu próprio dinheiro fora do Brasil. Pouco tempo depois, criaram um fundo espelho no Brasil para disponibilizar a estratégia para clientes.
Hoje, a estratégia já tem US$ 1,4 bilhão divididos entre diversos veículos. Nos últimos dez anos, o retorno foi de 9% ao ano em dólar.
O fundo da XP vai comprar cotas de um fundo master da Dynamo. A taxa de administração será de 2% e a de performance de 20%.
A oferta do fundo da Dynamo vem num momento em que o varejo cada vez mais se interessa em alocar parte da carteira fora do Brasil.
A prateleira de produtos com exposição a ativos globais da XP começou o ano passado com apenas R$ 1,6 bilhão sob custódia, terminou com R$ 10 bi e hoje está com R$ 20 bi. A empresa já tem 120 fundos — de ações, renda fixa, crédito e multimercados — de nomes como Oaktree, Wellington, PIMCO e Templeton.