A Dotz se tornou a mais recente empresa de tecnologia a cortar na carne para preservar seu caixa.
Listas de colaboradores desligados começaram a circular no Linkedin agora à noite, estimando que as demissões cheguem a 150 colaboradores.
O CEO Roberto Chade, no entanto, diz que o número não passa de 50 demissões e que faz parte de um “ajuste normal” dos negócios. A Dotz possui 600 colaboradores.
“Todas as companhias do planeta estão fazendo isso e a gente também,” Chade disse ao Brazil Journal. “Foi um pequeno ajuste normal. Adequações de estruturas e equipes podem ocorrer de tempos em tempos, sempre prezando pela execução de nossa estratégia traçada no IPO.”
Depois de ir para a Bolsa em junho de 2021, a Dotz viu sua ação cair quase 90%. A empresa vale R$ 200 milhões na Bolsa.
Em relatórios recentes, UBS e Itaú BBA apontaram que os números do terceiro trimestre da companhia vieram fracos, mas dentro do esperado. Já o BTG viu o copo meio cheio: disse que o top line e os custos recorrentes vieram melhores que as expectativas.
Segundo Chade, a Dotz está no caminho para chegar ao breakeven ano que vem.
O problema é que a empresa não tem conseguido aumentar as receitas: o GMV da companhia, por exemplo, caiu 36% no terceiro trimestre na comparação anual.
Em loyalty, o principal negócio da empresa, a Dotz encerrou o trimestre com um crescimento de 0,8% em clientes cadastrados, que totalizam 53,4 milhões. Já o faturamento cresceu 14%.
Para um analista, dado o novo cenário para ativos de risco, pode ser que os maiores investidores da companhia, entre eles o Ant Group, não estejam dispostos a fazer novos aportes até a empresa deixar de queimar caixa.
O CEO nega que isso esteja acontecendo e diz que os acionistas estão de acordo com o atual plano da empresa.
“Temos 20 anos de história e sempre geramos caixa. Inclusive, temos caixa para muito tempo. O que aconteceu é que estamos otimizando ao máximo a operação e o equilíbrio entre os investimentos.”