O aumento do número de follow-ons nas startups e do tamanho dos cheques está levando alguns fundos de venture capital a levantar mais capital para acompanhar as rodadas.

A DOMO Invest, por exemplo, está no mercado para levantar até R$ 200 milhões adicionais para dois fundos que captou no ano passado. Os investidores atuais terão preferência na alocação.

A captação é para o DOMO Venture II e o DOMO Enterprise. Os dois fundos têm em torno de R$ 100 milhões cada. O primeiro já fez cinco investimentos, alocando 25% do capital; o segundo investiu em nove startups, alocando um terço do total.

Os investimentos incluem startups como a UsadosBr, de venda de carros usados; a RedeVistorias, que opera junto a imobiliárias para fazer as vistorias antes e depois do término de contratos de aluguel; e a Zapay e Findup.

“Quando levantamos os fundos, imaginávamos que cerca de um terço das startups do portfólio fariam follow-ons. Mas um número muito maior está fazendo e, para não ser diluídos, decidimos aumentar o tamanho,” Márcio Zarzur, sócio da DOMO, disse ao Brazil Journal.

Historicamente, cerca de 25% das startups fazem rodadas subsequentes depois de levantar o seed, segundo dados do Crunchbase. Nos últimos 12 meses, a DOMO diz que esse número subiu para 50% no Brasil.

O tamanho das rodadas e os valuations também decolaram.

Isso aconteceu, em parte, porque “as startups estão conseguindo alocar melhor o dinheiro,” disse Gabriel Sidi, o outro sócio da DOMO. “Elas já viram o que dá certo e o que dá errado e isso tem feito os fundos toparem colocar cheques maiores.”

O fenômeno não é exclusivo da DOMO.

“A corrida de fundos regionais para se capitalizar está acontecendo mesmo, porque o interesse do gringo pela América Latina aumentou muito e o tamanho das rodadas está se aproximando dos patamares dos mercados mais desenvolvidos,” disse Alexandre Mello, da big_bets.

“Alguns gestores estão refazendo as contas e vendo que precisam de mais bala na agulha pra seguir no jogo.”