Credit Suisse, BTG Pactual e Morgan Stanley iniciaram hoje a cobertura de Dasa com recomendação de compra e um preço-alvo para os próximos doze meses de R$ 75, R$ 74 e R$ 96,50, respectivamente.  

A ação da rede de laboratórios e hospitais negocia na faixa do re-IPO de 6 de abril, ao redor de R$ 58.  Os três bancos participaram da oferta.

O CS listou três alavancas de crescimento para a empresa: a expansão (orgânica e inorgânica) do negócio de hospitais com potenciais ganhos de margens; o aumento da base de usuários de diagnósticos por meio de outros serviços ambulatoriais; e a criação de um ecossistema com oportunidades de cross-sell entre serviços ambulatoriais e hospitalares. 

O banco diz que a Dasa negocia no ponto médio entre Fleury e Rede D’Or em termos de múltiplos — 21,7x EV/EBITDA para 2021, frente 10x do Fleury e 28,7x da Rede D’Or. 

Para o BTG, a Dasa é um caso de forte crescimento impulsionado por uma tendência secular do setor e um call de consolidação. O banco estima que o lucro por ação vai crescer a uma taxa média anual composta de 38% entre 2021 e 2024. 

Considerando um P/L de 25x para 2022, o BTG calcula que a Dasa negocia a um PEG Ratio (a divisão do P/L pelo crescimento do lucro por ação) de 1x, o que representa um desconto em comparação com outras empresas de crescimento no setor de saúde. A Rede D’Or tem um PEG Ratio de 2,5x; Hapvida, de 1,3x; e Notredame Intermédica, de 1,8x. A média do setor de saúde é de 1,6x. 

O mais agressivo no preço-alvo, o Morgan Stanley quebrou o valuation da Dasa em duas partes:  para o banco, o negócio de laboratório está sendo avaliado pelo mercado a 9x EV/EBITDA (em linha com os concorrentes como o Fleury) e os hospitais, a 16x EV/EBITDA, um desconto em relação às 21x da Rede D’Or e em linha com as empresas de hospital de porte médio que fizeram IPO recentemente, como o Mater Dei. 

“Acreditamos que tanta a Dasa quanto a Rede D’Or vão liderar a consolidação do setor e assumimos que ambas vão adquirir mais ou menos o mesmo número de leitos, mas que também haverá uma inflação de múltiplos gradual nos M&As (de R$ 4,4 milhões por leito para R$ 7,1 milhões), particularmente agora que o acordo de não-competição da Dasa com a UnitedHealth] expirou. Mesmo com os múltiplos mais altos, esperamos uma grande geração de valor vindo das sinergias de receita e custo,” diz o relatório.

A R$ 59/ação, a Dasa vale R$ 32 bilhões na B3. A Rede D’Or vale R$ 150 bilhões.