A Dasa acaba de comprar a rede de clínicas de oncologia AMO — uma transação que fortalece seu ecossistema de saúde na Bahia e “muda nosso negócio de oncologia de patamar,” o CEO Pedro Bueno disse ao Brazil Journal. 

A Dasa pagou R$ 750 milhões, um múltiplo de 7x a 7,5x o EBITDA estimado para 2022, incluindo as sinergias esperadas. Para efeito de comparação, a Dasa negocia a 12x. 

Fundada em 1994, a Clínica AMO é a líder de oncologia na Bahia com 16 unidades, a maior parte delas em Salvador. Além das clínicas, ela opera com 130 consultórios, 500 médicos e 100 boxes de infusão para quimioterapia. 

No ano passado, a rede faturou R$ 450 milhões e atendeu mais de 17 mil pacientes. Já considerando as sinergias, a Dasa espera que a clínica faça um EBITDA de R$ 100 mi no ano que vem.  

A Clínica AMO foi fundada pelo Dr. Carlos Sampaio, uma das maiores referências da oncologia do Brasil. Apesar de não estar mais no dia a dia da clínica, Sampaio vai integrar um conselho consultivo que a Dasa acaba de criar. 

A aquisição vem pouco tempo depois da Dasa comprar o Hospital da Bahia em Salvador. Ela também opera na região com as clínicas Leme, de medicina diagnóstica, e Image, de exames de imagem. 

As principais sinergias da transação incluem ganhos de escala na compra de materiais e medicamentos de quimioterapia, bem como o potencial aumento de receitas ao aplicar na região sua estratégia de “ecossistema integrado”. 

“Há vários eventos hospitalares da AMO que acabam indo para outros hospitais e poderiam ir para o Hospital da Bahia,” disse o CEO. 

O mercado de clínicas de oncologia já tem players relevantes. 

O Grupo Oncoclínicas, por exemplo, está vindo a mercado com um IPO que pode avaliar a empresa controlada pela Goldman Sachs Merchant Banking em mais de R$ 10 bilhões. Analistas estimam que a Oncoclínicas já tenha um EBITDA de cerca de R$ 500 milhões. 

RGS Partners assessorou a AMO. 

Machado Meyer assessorou a Dasa.