O Morgan Stanley elevou sua recomendação para o Grupo GPS de ‘neutro’ para ‘compra’, apesar de reduzir seu preço-alvo.

O banco disse que a empresa tem um mercado endereçável de R$ 296 bilhões, conseguirá continuar sua rota de M&As sem prejudicar as margens e é menos sensível ao cenário macro do que seus pares.

A redução do preço-alvo, de R$ 21 para R$ 18,50, teve a ver basicamente com o aumento do custo de capital. O novo preço ainda representa um upside potencial de mais de 25% em relação ao preço de tela. 

A ação da GPS sobe cerca de 0,55% hoje, para R$ 14,73, com a empresa valendo perto de R$ 10 bilhões na B3.

O time de análise liderado por Mauricio Cepeda disse que a indústria de outsourcing no Brasil é relevante, ainda muito fragmentada e tem um potencial de crescimento substancial no longo prazo.

“A empresa tem uma participação de mercado de apenas 6% e oportunidades significativas de expansão por meio da consolidação de companhias menores, enquanto o crescimento orgânico continua a superar o da economia (ainda que em desaceleração),” escreveram os analistas.

O track record da empresa reforça a tese. Desde o IPO em 2021, mais de 20 M&As foram concluídos sem comprometer o balanço, com sinergias sendo utilizadas para financiar os deals subsequentes, segundo o Morgan Stanley.

“Esperamos que a GPS adquira R$ 14,5 bilhões em receita bruta acumulada (nominalmente) até 2035, enquanto reduz a alavancagem.”

A integração da GRSA é o próximo desafio.

Há dúvidas no mercado se a GPS irá conseguir absorver o negócio de catering sem prejudicar suas margens, já que esta foi sua maior aquisição em um segmento onde ela é relativamente inexperiente.

“Se a GPS superar a curva de aprendizado do setor e tiver sucesso na integração desses negócios, elevando as margens da GRSA ao nível das da empresa, isso reafirmaria a consistência na geração de valor e limitaria os riscos de diversificação, fornecendo espaço para um re-rating dos papeis,” disseram. 

Os analistas dizem ainda que a retomada das fusões e aquisições também seria uma surpresa bem-vinda para 2025, mas o aumento das taxas de juros torna essa possibilidade menos provável.

Apesar disso, entendem que o posicionamento da GPS permite que ela prospere em condições econômicas diversas. Uma desaceleração econômica leve e uma inflexão no desemprego podem até beneficiar a empresa, via trabalhos temporários e terceirização. 

“Mesmo em uma recessão, nossa pesquisa conclui que a GPS seria capaz de fortalecer sua posição por meio de ganhos de participação de mercado e fusões e aquisições,” disseram.

Para o Morgan Stanley, os riscos para a tese são a diluição de margem da GRSA e aquisições futuras em que a GPS não consiga extrair sinergias; além de menos fusões e aquisições; uma desaceleração mais forte do crescimento orgânico; a deterioração da lucratividade; e impostos mais altos que dificultem o repasse de preços.