Benjamin Steinbruch acaba de contratar Paulo Caffarelli, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda e ex-vice presidente do Banco do Brasil, para ser o No. 2 na CSN.
Como diretor-executivo da siderúrgica, Caffarelli, que trabalhou 30 anos no Banco do Brasil e até janeiro estava na Fazenda, ficará responsável pelos departamentos jurídico, financeiro, recursos humanos e pela área institucional da empresa.
Consultada por Caffarelli, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República disse que o executivo não precisa cumprir quarentena para aceitar o novo emprego.
De acordo com o Valor PRO, que deu a notícia com exclusividade, o conselho de administração da CSN vai aprovar a nomeação em reunião agora à tarde.
Caffarelli começa a trabalhar na CSN num momento que a siderúrgica convive com uma dívida líquida alta (seis vezes sua geração de caixa projetada para este ano), um mercado de aço global nadando em capacidade ociosa, e uma demanda fraca no Brasil. O setor automotivo, a construção civil e os fabricantes de linha branca — os maiores clientes da CSN — todos enfrentam queda nas vendas.
O preço do laminado a quente exportado por países da região do Mar Negro (Leste Europeu), por exemplo, caiu de cerca de US$520/ton em outubro para US$380/ton agora — abaixo do preço de exportação da China, o país mais competitivo na exportação/produção de aço.
“Como as moedas daquela região se desvalorizaram muito, os produtores europeus poderiam aumentar o preço na moeda local para aumentar sua margem, mas em vez disso estão cortando os preços para ganhar no volume,” diz um analista.