A Inova Ventures, o veículo de venture capital da CSN, acaba de comprar uma participação minoritária não especificada na 2DM, uma startup de Singapura focada no desenvolvimento do grafeno. 

A CSN não quis divulgar o valor do investimento, mas disse que ele está sendo feito em parceria com a japonesa Sojitz Corporation. A CBMM, a indústria de nióbio controlada pela família Moreira Salles, já fez um aporte na startup em 2019.

O grafeno é produzido a partir do grafite, um mineral de ocorrência abundante no Brasil. O País tem a 3ª maior reserva comprovada de grafite no mundo, mas “o grande pulo do gato é a tecnologia para chegar nele”, José Noldin, o head de pesquisa e desenvolvimento da CSN, disse ao Brazil Journal.

A 2DM desenvolveu um processo para se chegar ao grafeno que combina baixo investimento, baixo custo e uma tecnologia simples, capaz de chegar a um produto de qualidade ímpar. 

Além disso, o processo desenvolvido pela startup é ambientalmente sustentável – basicamente feito com água – reduzindo o uso de produtos químicos e a geração de resíduos, disse Noldin.

Apontado como um dos materiais do futuro, o grafeno tem propriedades únicas como alta resistência e alta condutividade térmica e elétrica. Pode ser usado, por exemplo, para produzir baterias mais leves e eficientes ou materiais mais resistentes à corrosão.

A 2DM foi fundada em 2015 na National University of Singapore pelos brasileiros Antonio Helio Castro Neto e Ricardo Oliveira e tem no board Konstantin Novoselov, que ganhou o Nobel de Física em 2010 pela descoberta do grafeno.  

O objetivo da 2DM é aplicar o material como um aditivo para melhorar diversas propriedades de materiais para mercados como automobilístico, veículos elétricos, aeronáutico, marítimo, armazenamento de energia, defesa, eletroeletrônico, entre outros. 

“O fato de estarem localizados em Singapura proporciona o acesso fácil a um mercado com grande potencial de expansão, como o uso em aplicações eletrônicas e em carros elétricos em países como a China e no Sudeste Asiático”, diz Gabriela Toribio, gestora da Inova Ventures.

Em paralelo, a CSN iniciou um grupo de trabalho dedicado ao grafeno nas instalações de seu centro de pesquisas em Volta Redonda.