A CRM&Bonus – que gere programas de giftback de varejistas – acaba de comprar o ChefsClub, uma aquisição pequena mas estratégica que vai ajudar a empresa a colocar de pé o que o fundador Alexandre Zolko chama de ‘Gympass do giftback.’
Zolko fundou a CRM&Bonus em 2018 para substituir aquele papelzinho que o lojista entregava ao cliente com um desconto para a próxima compra.
Com o software da CRM&Bonus, o varejista passou a oferecer esse desconto de forma digital, enviando um SMS ao cliente. (Dá uma olhada no app de mensagens do seu celular.)
Mais importante ainda, o lojista passa a ter um controle sobre todo o processo: quantos clientes receberam o desconto em cada uma de minhas lojas? Quantos de fato usaram? Quanto isso gerou de vendas incrementais?
Com esse modelo, a CRM&Bonus atende hoje 1.500 empresas, que juntas somam 20.000 lojas. No mês passado, ela fez um annual recurring revenue (ARR) de R$ 50 milhões com margem EBITDA de 70%. O plano é dobrar o ARR até dezembro.
Agora, a startup está criando um novo produto chamado Vale Bônus, que será vendido ao RH das empresas e oferecido aos funcionários como um benefício.
O Vale Bônus funciona como uma moeda que as empresas vão dar aos funcionários todo mês para trocar por descontos em lojas, sites e restaurantes.
“É um modelo no meio do caminho entre a Méliuz e o giftback tradicional da CRM&Bônus,” disse Zolko, que fundou a marca MyShoes quando tinha 23 anos e a vendeu no ano passado à Arezzo&Co.
A aquisição da ChefsClub vai ao encontro dessa nova estratégia. O plano de Zolko é plugar os 3.000 restaurantes que já são parceiros do ChefsClub nesse novo aplicativo, acelerando um processo que poderia levar meses.
A aquisição, de 100% do capital, é pequena, mas o valor pode subir com um earnout vinculado à conversão dos restaurantes do ChefsClub para o Vale Bônus e o produto de giftback tradicional.
Se os executivos da ChefsClub converterem 60% da base, o valor da transação dobra; se converterem 100%, triplica.
Fundado em 2012, o ChefsClub atingiu seu auge em 2019, mas sofreu uma queda vertiginosa nos anos de pandemia. Antes da covid, a startup faturava em torno de R$ 1 milhão por mês com dezenas de milhares de assinantes.
Agora, essa receita despencou para R$ 200 mil/mês – enquanto o custo mensal com a folha de pagamento é de mais de R$ 300 mil. A CRM&Bonus vai incorporar apenas 30 dos 50 funcionários do ChefsClub, o que já deve garantir o breakeven.
A aquisição da ChefsClub é a primeira desde que a CRM&Bônus levantou R$ 280 milhões numa rodada com o Softbank, Riverwood e Volpe no final do ano passado, que avaliou a empresa em R$ 1 bilhão.
Segundo Zolko, o caixa até aumentou de lá para cá dado que a empresa é geradora de caixa.