O Credit Suisse — o primeiro banco a fazer um call de ‘venda’ para as incorporadoras imobiliárias, ainda em maio — continua achando que é melhor ficar fora do setor.
Num relatório intitulado “No Reason to Get Excited Yet”, o banco diz que ainda prefere esperar um melhor ponto de entrada. Os analistas Daniel Gasparete, Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga consideram que o cenário macro ainda está turbulento e o micro está se deteriorando, com a alta dos juros e a pressão de custo da mão-de-obra na construção.
As construtoras caíram cerca de 20% desde maio, contra 10% do Ibovespa, totalizando uma queda de 31% no acumulado do ano (versus 25% do índice).
Com isso, o CS acredita que agora as ações operam com um valuation mais adequado, de 1,2x P/BV, em linha com a média histórica de 5 anos.
O banco — uma voz dissonante num mercado em que 77% das recomendaçõs de corretoras para o setor são de ‘outperform’ — vê um potencial de upside médio de 22% dos níveis atuais e uma taxa interna de retorno nominal de 17% em 5 anos. “Apesar de serem dois dígitos, acreditamos que os retornos são menos atrativos, já que acreditamos que há mais risco de downside para os nossos números que o oposto.”
O CS rebaixou a recomendação de Cyrela de ‘outperform’ para ‘neutral’ e cortou o preço-alvo de R$ 32 para R$ 25. Na contramão, o banco manteve a recomendação de compra para Moura Dubeux, mas baixou o preço-alvo de R$ 14 para R$ 11.
Para a maioria das empresas, o banco manteve o rating neutro, mas cortou os preços-alvos numa média de 28%: EZ Tec (de R$ 44 para R$ 30), Even (de R$ 15 para R$ 12), Mitre Realty (de R$ 15 para R$ 10), MRV (de R$ 24 para R$ 17), Tenda (de R$ 35 para R$ 25) e Direcional (de R$ 19 para R$ 15).