A Securities and Exchange Commission (SEC) não descarta proibir a venda do chamado fluxo de ordens, a principal fonte de receita de corretoras como a Robinhood e uma parte relevante do modelo de negócios de diversas corretoras ao redor do mundo.
O chairman da SEC, Gary Gensler, disse hoje em entrevista à Barron’s que a proibição do pagamento pelo fluxo de ordens está “sobre a mesa” dado o “conflito de interesses inerente” ao modelo de negócios.
Gensler disse que a SEC está revendo a prática e deve se manifestar nos próximos meses.
Na prática, cada vez que o cliente de uma corretora negocia um papel, market makers como a Citadel — o maior deles — compram o direito de operar este fluxo. O algoritmo diz à Citadel se ela deve executar aquela ordem contra sua própria posição ou apenas casar a ordem a mercado. É este pagamento pelo fluxo de ordens que permite às grandes corretoras de varejo cobrar corretagem zero.
“Eles recebem os dados, veem o fluxo antes, e podem casar compradores e vendedores olhando aquele fluxo. Isto pode não ser o tipo de mercado mais eficiente para os anos 2020,” Gensler disse à Barron’s.
Durante a entrevista, ele mencionou diversas vezes que o Reino Unido, a Austrália e o Canadá proíbem a prática. Questionado se citou esses exemplos porque os EUA consideram a proibição, ele respondeu: “Estou citando isso porque está sobre a mesa. Isso é muito claro.”
O modelo de payment for order flow é usado por todas as corretoras, mas a Robinhood ganha mais que as outras: dados de 2020 mostram que para cada ação negociada, a Robinhood ganha 15 vezes mais que a Schwab, porque os clientes que pagam pelo order flow consideram mais fácil lucrar em cima dos clientes da Robinhood.
Os comentários do chefe da SEC fizeram a ação da Robinhood fechar em queda de quase 7%.
O papel também foi impactado pela notícia de que a Paypal contratou um veterano da indústria de corretagem para liderar uma nova área chamada Invest at Paypal, que permitirá aos usuários da empresa de meios de pagamentos operar ações.