A Zig – uma fintech especializada no setor de entretenimento – acaba de levantar R$ 155 milhões com a Kaszek Ventures em uma rodada de extensão da sua Série B.
Na rodada anunciada em abril, a fintech recebeu R$ 110 milhões de fundos como Cloud9, Across Capital e Endeavor Scale-Up Ventures. A Across foi a única que decidiu acompanhar essa extensão.
Com o dinheiro, a Zig, que se autodenomina uma ‘funtech’, quer ampliar a sua presença em bares, baladas e eventos em regiões além do Sudeste, e também intensificar o crescimento da sua operação internacional – que compreende México, Portugal e Espanha.
“Vamos fortalecer nossa atuação em restaurantes e ampliar os nossos produtos, como serviços de gestão de restaurantes e baladas e a nossa wallet,” o CEO e fundador Nérope Bulgareli disse ao Brazil Journal.
A Zig surgiu em 2022, com a fusão da ZigPay – fundada por Nérope – e a NetPDV, e se consolidou como uma das maiores fintechs a atender casas de entretenimento.
A empresa nasceu para diminuir o problema que boa parte do setor enfrenta: as filas intermináveis para consumo e pagamento.
A Zig criou um sistema de pagamentos que utiliza tecnologias como NFC e QR Code, e que não precisam de internet para funcionar. E o cliente pode carregar o cartão (que também pode ser uma pulseira) antes de entrar no evento.
Segundo Nérope, a Zig conseguiu reduzir em 10% os custos dos clientes e ainda aumentou em 40% a receita por meio de soluções que melhoraram a experiência do consumidor (e os fizeram gastar mais). Hoje a Zig atua em eventos como Lollapalooza, Rock in Rio e o GP de São Paulo, e centenas de outros menores.
Nos últimos anos, a Zig decidiu ampliar sua gama de produtos e serviços. Um deles é a gestão de bares e restaurantes – basicamente uma “Linx do entretenimento”.
“O restaurante passa a gerir todo o negócio em um lugar só, desde a reserva até a fila de espera, passando pelo CRM, o pagamento e o fluxo de caixa,” disse Nérope.
Além disso, a empresa acaba de lançar uma wallet para endereçar uma das maiores dores do consumidor: o cartão de consumação.
Quando o evento acaba, na maioria dos casos o cliente não tem como realizar um estorno do cartão – ou seja, se sobrar dinheiro, o montante fica para o dono do evento. Para completar, os eventos geralmente cobram uma taxa pelo cartão, trazendo mais gastos ao consumidor.
“Queremos eliminar as fricções no consumo. Com essa wallet, o consumidor poderá utilizar o dinheiro em qualquer lugar atendido por nós, e também fazer o estorno do valor no momento em que bem entender,” disse o fundador.
Com o dinheiro do aporte, a Zig também prevê triplicar o tamanho da sua operação internacional no ano que vem – atualmente, ela representa 10% da receita.
Segundo o executivo, a intenção é focar somente nos três mercados em que a empresa já está – México, Espanha e Portugal.
Nérope disse que a Zig opera perto do breakeven – e em alguns meses até fica no azul – mas que a meta agora é privilegiar crescimento em vez de rentabilidade. Ainda assim, novos aportes não estão no radar.
“Captamos recursos suficientes para um plano de três anos,” disse ele. “Queremos ser o aplicativo da balada.”