O CFO da BRF, Carlos Moura, está deixando a empresa para assumir a mesma posição na Raízen.

O executivo — que estava há quase três anos na holding das marcas Sadia e Perdigão — começa na empresa de energia da Cosan no dia 1 de maio, substituindo Guilherme Cerqueira, que construiu sua carreira de 33 anos entre a Shell e a Raízen.

O processo de busca de um novo CFO durou meses e foi coordenado pela Egon Zehnder. Dado seu novo status como empresa listada, a Raízen estava procurando um executivo versado em lidar com o mercado, de certa forma o oposto de Cerqueira, cujo perfil mais voltado para a operação serviu bem à empresa enquanto tinha o capital fechado.

Na BRF, Moura será substituído por Fabio Mariano, que até agora era o diretor de controladoria da companhia e o vice-chairman da BRF Previdência, que administra R$ 4 bilhões em quatro fundos de pensão.

Fabio tem mais de 14 anos de BRF e experiência em diversas cadeiras da companhia. Começou em 2008 como gerente de executive finance e, seis anos depois, foi promovido a CFO dos negócios da BRF na América Latina, com sede em Buenos Aires.

Mais tarde, assumiu o comando da Alimentos Calchaquí, também na Argentina, logo após sua aquisição pela BRF. Ficou um ano e meio no cargo até assumir sua posição atual.

Antes da BRF, ele trabalhou como analista na DuPont, no Banco Santos e no BankBoston.

Outro executivo sênior da BRF renunciou hoje. A companhia disse que Sydney Manzano — que era o vice-presidente da unidade Brasil — também está deixando a empresa.

Ele será substituído por Manoel Martins, que tem mais de 15 anos de BRF e experiência na área comercial.

As mudanças no C-Level vêm num momento em que a alta no preço dos grãos tem pressionado as margens da companhia, e a empresa enfrenta uma transição para a era Molina.

Desde o início do ano, a ação da BRF perde quase 20%, enquanto o Ibovespa sobe mais de 15%.