O CEO Raul Lycurgo Leite e o CFO Marcus Pereira Aucélio estão deixando a companhia “em comum acordo entre as partes.” Eles são funcionários públicos federais e haviam sido indicados durante o Governo Fernando Pimentel.
As mudanças acontecem cinco meses depois da mudança de comando na própria Cemig, onde o Governador Romeu Zema instalou Reynaldo Passanezi, um executivo que trabalhou na privatização das elétricas de São Paulo e que conhece bem o negócio de transmissão: Passanezi foi CEO da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), cargo que deixou em agosto de 2019.
A mudança no topo da Taesa foi anunciada junto com um resultado sólido no primeiro tri: o lucro da transmissora mais que dobrou no período (uma alta de 128%), chegando a R$ 364 milhões, e sua receita líquida regulatória cresceu pela primeira vez depois de dois anos consecutivos de quedas.
Mas a Taesa é vista como uma empresa mais pesada que suas concorrentes Alupar e CTEEP, principalmente em termos do custo da holding. O negócio de transmissão é conhecido como ‘à prova de idiotas’, porque o operador é remunerado pela disponibilidade da linha, e não pela quantidade de energia que trafega nela.
No mercado, gestores dizem que a Taesa perdeu oportunidades de projetos greenfield e que seus projetos demoram mais que os da concorrência para ficar prontos.
O atual diretor técnico da Taesa, Marco Antônio Resende assume como CEO interino. Ele está na companhia desde que ela foi fundada em 2009 e tem mais de 40 anos no setor elétrico.
Fábio Antunes Fernandes, o atual gerente de novos negócios, e que já passou pela tesouraria e pela área de project finance da empresa, será o CFO interino.
A Taesa também anunciou uma distribuição de R$ 0,70 por unit, um payout de 91% do lucro líquido.
A Cemig controla a Taesa com 37% do capital votante, seguida da ISA colombiana, que tem ouros 26% e é a controladora da CTEEP.