Na ânsia de se afastar de tudo tenha relação com a Rússia, os opositores da guerra de Vladimir Putin acabaram cancelando a vodka errada. Oops.

Nas últimas semanas, a Stolichnaya – fundada pelo bilionário russo Yuri Shefler – começou a sofrer um forte boicote por parte dos consumidores americanos e de donos de bares e liquor stores.

Algumas lojas retiraram todas as marcas de bebida russas das prateleiras – inclusive a Stolichnaya – enquanto vários consumidores despejaram vodkas russas na rua em protesto contra a guerra.

O problema é que Shefler – ao contrário dos oligarcas – é um crítico histórico de Putin.

Por sua oposição ao governo, o empresário foi exilado do país no início dos anos 2000 e hoje toda a produção da Stolichnaya acontece na Letônia – apesar da marca alardear sua origem russa em seu marketing, por motivos óbvios.

A própria Stolichnaya foi rápida em se posicionar assim que a guerra começou, soltando um comunicado em que dizia que “tem um longo histórico de lutar contra o regime russo” e que condena “inequivocamente qualquer ação militar na Ucrânia.”

Ainda assim, o boicote recente fez a marca se mexer.

A empresa que controla a Stolichnaya anunciou na sexta passada um rebranding completo da marca e de seu posicionamento de mercado.

De agora em diante, a vodka Stolichnaya vai se chamar apenas Stoli, e a empresa disse que vai passar a usar somente fornecedores eslovacos – para garantir que nenhum de seus insumos venha da Rússia.

O CEO Damian McKinney disse à CNN que a mudança de nome foi uma decisão orgânica que partiu de todo o time da empresa.

“Decidimos primeiro que tínhamos que mostrar para todo mundo que somos, de fato, uma empresa da Letônia, e que nosso fundador está lutando contra esse regime horrível há mais de 20 anos,” disse o CEO.

“O time achou que, honestamente, estava na hora de tirar o chnaya. Somos Stoli, é isso que defendemos… nesse caso em particular, defendemos a Ucrânia e a paz mundial, mas como companhia o que defendemos é que o bem precisa vencer o mal.”