O Banco BV comprou 3,85% do capital do Méliuz e terá a opção de comprar os 20% adicionais que hoje formam o bloco de controle da startup de cashback — uma operação que, se concretizada, transformará os fundadores da companhia em executivos.

BV compra MéliuzA parcela inicial (3,85%) foi vendida pelo CEO Israel Salmen, André Amaral, o diretor de estratégia, shopping e dados da empresa, e Lucas Marques, o diretor de recursos humanos.  O preço de aquisição é de R$ 1,50 por ação, um prêmio de 27% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 1,18. O Méliuz vale R$ 1 bilhão na Bolsa.  

A fatia adicional que forma o bloco de controle — cuja opção de compra poderá ser exercida em até 24 meses — pertence a Israel, André, Lucas, Ofli Campos Guimarães e Davi de Holanda Rocha. 

Como parte da transação, chamada de ‘aliança estratégica’ pelas partes, o BV também está adquirindo 51% do Bankly, o braço de soluções financeiras do Méliuz, e poderá comprar os 49% restantes nos próximos 90 dias. A transação avalia o Bankly a um enterprise value de R$ 210 milhões.

“O Méliuz queimava caixa para fazer crescer sua divisão de serviços financeiros. Com a associação com o BV, passamos a ser asset light nessa frente,” Israel Salmen, o CEO e fundador do Méliuz, disse ao Brazil Journal.

10903 056ce015 4ad7 0d77 30a5 47c256a8b2c7O Méliuz estava preparando o IPO do Bankly, mas com a venda para o BV, a operação fará parte do ecossistema digital do banco.

Uma terceira frente do acordo engloba também a oferta de produtos e serviços financeiros do banco BV para os clientes do Méliuz.

O banco, que tem uma carteira de crédito de R$ 80 bilhões, passa também a ser o provedor de infraestrutura, funding e de produtos financeiros para a startup, que passa a ser remunerada pela geração de clientes para o BV.

Além disso, o banco BV contratará o Bankly para adicionar produtos à sua oferta de serviços financeiros. 

“O principal desafio dos bancos hoje se tornou a conquista da principalidade do cliente, disse Gabriel Ferreira, o CEO do BV.

Juntas, as duas empresas somam 250 milhões de transações de crédito, liquidação e custódia por ano. “Méliuz e BV se tornam agora um dos maiores provedores de soluções de banking as service do País,” disse o CEO.