They did it again.

Linhas de negócio cada vez mais diversificadas e recorrentes ajudaram o BTG Pactual a reportar um terceiro tri com lucro líquido recorde de R$ 2,3 bilhões sobre uma receita também recorde de R$ 4,8 bilhões.

Este é o terceiro trimestre consecutivo em que o banco de André Esteves supera seus resultados anteriores.

O bottom line veio 28% acima do mesmo tri do ano passado, enquanto a receita cresceu 24%.

O trimestre também marcou a consolidação do retorno ajustado sobre o patrimônio (ROAE) no patamar de 22%; analistas que cobrem o banco esperavam 20%.

No início do ano, o BTG havia dado um ‘soft guidance’ de ROE de 20% para este ano; na época, o mercado reagiu com ceticismo.

Quando o primeiro tri veio acima (21,5%), muitos investidores atribuíram o número a possíveis ganhos extraordinários, até que o segundo tri trouxe o mesmo patamar de rentabilidade (21,6%) – superado agora.

Apesar de todo o crescimento, o banco manteve sua base de capital estável, com um índice de Basileia de 15,2% – igual ao trimestre anterior e acima do primeiro tri.

A área de Sales & Trading fez R$ 1,38 bilhão de receita, um aumento de 6% tanto em relação ao terceiro tri do ano passado quanto ao trimestre anterior, com forte contribuição das atividades de clientes.

Com mais clientes usando as mesas do BTG para fazer hedge e comprar e vender ativos — e mercados voláteis ajudando – a área parece ter se firmado no patamar de receita de R$ 1,3-1,4 bi, que em anos anteriores só era atingido com a ajuda de ganhos extraordinários.

O negócio de Investment Banking faturou R$ 525 milhões, com as áreas de DCM e M&A batendo recordes e compensando a seca nas ofertas de equities.

Foi o melhor trimestre do ano na área liderada por Guilherme Paes – e o terceiro melhor da história. O BTG participou de 37 transações de dívida e 18 M&As.

A área de Crédito Corporativo & PME teve receita recorde pelo quarto trimestre consecutivo: os R$ 937 milhões foram um aumento de 46% em relação ao mesmo tri do ano passado.

O portfólio de crédito chegou a R$ 130 bilhões, um crescimento anual de 33%. Do total da carteira, R$ 21 bilhões estão emprestados a pequenas e médias empresas (PMEs), um segmento que cresceu 48% no ano.

O VaR médio, de 0,38%, tem aumentado marginalmente ao longo do ano, mas continua abaixo da média histórica (0,46% em 2020; 0,67% em 2019; e 0,44% em 2018).

A área de Asset Management fez uma receita de R$ 407 milhões – um crescimento de 40%.

O BTG captou R$ 62,9 bilhões em net new money no trimestre, incluindo a asset e o wealth – menos que os R$ 70,8 bi do 2Q e mais que os R$ 51,9 bi do Q1.

O banco agora tem R$ 1,17 trilhão em recursos sob gestão e administração.

O custo permanece sob controle.

Enquanto as receitas totais cresceram 5,5% em relação ao tri anterior, as despesas cresceram 4%. O ‘cost-to-income’, uma métrica frequentemente usada para avaliar a eficiência de um banco, caiu de 39% para 38%.

No fechamento de ontem, o BTG valia R$ 110 bilhões na B3.  Depois do resultado de hoje, o banco negocia a pouco mais de 10x lucro e 2,6x book.

O patrimônio líquido cresceu 17% em relação ao mesmo tri do ano passado, e agora é de R$ 42,3 bilhões.