Dada a performance recente de Vale e Bradespar, o BTG Pactual está sugerindo um trade tático: vender a holding e comprar a mineradora.

Nas últimas semanas, a Bradespar ‘outperformou’ a Vale entre 5 e 6 pontos percentuais – um movimento que não faz sentido para o BTG.

Com isso, o desconto da holding para o valor líquido de seus ativos (NAV) caiu para apenas 6,5% – comparado a uma média de 13% em 2022 e de 15% se a ação negociasse no que o banco considera o preço justo.

“Em nossa visão, um desconto de NAV abaixo de 10% só faria sentido se a holding estivesse prestes a ser dissolvida, o que não vemos como factível no curto e médio prazo,” escreveu o analista Leonardo Correa.

O analista nota que, no preço atual, a Bradespar é a holding mais “cara” da América Latina em termos do desconto em relação ao NAV. A Metalúrgica Gerdau, por exemplo, negocia com um desconto sobre NAV de 22%; o Grupo México ao redor de 40%; a Itaúsa ao redor de 20%, e a Cosan ao redor de 30%.

O que poderia trabalhar contra o trade?  Uma redução de capital na Bradespar, o que valorizaria a ação, como aconteceu em setembro de 2021.

“Ainda que não descartemos reduções adicionais de capital daqui para frente, a Bradespar hoje detém apenas 3,7% do capital da Vale. Se o Bradesco quiser manter seu assento no conselho, o espaço para outra redução considerável de capital parece limitado,” escreveu o analista.

A Bradespar PN (BRAP4) fechou sexta-feira em R$ 22,21. A Vale, a R$ 64,22 — perto da mínima do ano.