A batalha pela alma (e o futuro) da Eneva começou a esquentar.
Pouco tempo depois de quatro grandes acionistas da empresa mostrarem que estão alinhados, o BTG Pactual está aumentando sua posição na companhia.
A Eneva disse ontem à noite que um veículo de investimento de sócios do BTG atingiu uma participação de 5,05% do capital. O veículo – Partners Alpha Investments LLC – já detinha 2% da empresa.
A sequência de eventos sugere que André Esteves resolveu aumentar a participação depois que a Cambuhy (o segundo maior acionista individual da Eneva) assinou um ‘acordo patrimonial’ com Dynamo, Atmos e Velt que cria direitos de tag along e obrigações de drag along entre os quatro.
As três gestoras têm um acordo de acionistas desde 2020.
Agora, somando a participação direta do BTG com a do Partners Alpha, o banco passa a ter poder de voto de 27% do capital da Eneva – aproximando-se do bloco informal formado pelos outros quatro grandes acionistas, que têm cerca de 36%.
O movimento vem 24 horas depois das três gestoras enviarem uma carta ao conselho da Eneva propondo mudanças no estatuto social com o objetivo declarado de melhorar a governança.
Uma das propostas é a exigência de um quórum qualificado (dois terços do conselho) para aprovar transações com partes relacionadas ou entre a companhia e acionistas com participação superior a 10%, entre outras situações previstas.
A divergência latente entre o BTG e o bloco Cambuhy tem a ver com o apetite do banco em transformar a Eneva em um veículo de aquisições no setor de energia.