Os analistas do BTG Pactual e do Itaú BBA reiteraram recomendação de compra para a Dasa depois de reuniões com o alto comando da empresa na semana passada.

O BTG disse que a Dasa tem uma estratégia clara para integrar os hospitais adquiridos no ano passado e que a empresa vai buscar aumentar as margens desse negócio em cerca de 5 pontos percentuais (base pro forma).

Segundo a empresa, essa expansão de margem virá do aumento da complexidade de sua atividade hospitalar, com mais investimentos e a captação de novas equipes cirúrgicas; da melhoria no ciclo de receitas, com a diminuição de recusa de sinistros e o uso de ferramentas de cobrança automática; e da melhor interoperabilidade entre as unidades de negócios, com o aumento da conversão de clínicas em hospitais próprios.

A empresa espera ainda otimizar sua estrutura de pessoal, com novas ferramentas de gestão de trabalho.

O Itaú BBA destacou que o crescimento inorgânico provavelmente continuará a desempenhar um papel importante na história da Dasa.

A empresa vê potencial de adicionar 2.500 leitos hospitalares e disse que mais da metade disso já está em processo de due diligence.

No segmento oncológico, os M&As seguem na agenda – a Dasa pode adquirir mais 50 unidades de infusão –, mas a empresa também vê espaço para crescimento orgânico. Já em diagnósticos, a Dasa vê potencial para mais de R$ 100 milhões de receita adicional via aquisições.

Os analistas Yan Cesquim e Pedro Lima, do BTG, disseram que respeitando os covenants de dívida e utilizando alguns sale-leasebacks, o poder de fogo da Dasa para potenciais aquisições é de mais de R$ 1,5 bilhão.

O banco tem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 37, um upside de 63%.

No non-deal roadshow, a gestão da Dasa comentou também sobre as implicações para seu negócio da união entre Rede D’Or e SulAmérica.

A Dasa disse que se vê bem posicionada como a maior operadora pure play do País. “Como outras operadoras de planos de saúde tendem a se defender reduzindo sua dependência da Rede D’Or, a Dasa pode ser um importante parceiro estratégico para elas,” escreveu Vinicius Figueiredo, do Itaú BBA.

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Em outro relatório divulgado hoje, o Credit Suisse reduziu o preço-alvo para a Rede D’Or, de R$ 65 para R$ 54, ao mesmo tempo em que aumentou sua projeção de lucro por ação, que passou de R$ 0,48 para R$ 0,78.

O analista Mauricio Cepeda disse que em 2023 a Rede D’Or terá cerca de 35% de seus leitos em hospitais que foram frutos de aquisições, greenfields ou brownfields feitos nos últimos três anos.

“Uma base tão imatura pode refletir negativamente nos tíquetes e na ocupação, pelo menos em 2022, o que pode impactar o crescimento da receita e das margens no curto prazo,” escreveu o analista. “No longo prazo, esperamos que a expansão coloque a empresa numa posição de destaque, com considerável geração de caixa livre.”

O Credit Suisse disse que manteve a recomendação neutra apesar do upside potencial em relação ao preço de tela porque acha que “o momentum do lucro pode não ser suficiente para a valorização das ações em um horizonte de 12 meses.”