A gestora do BTG Pactual está absorvendo toda a equipe e os fundos da Pacifico, uma gestora do Rio com R$ 700 milhões em ativos e mais de dez anos de estrada, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
Com a transação, os vinte profissionais da Pacifico, liderados pelo CIO Felipe Padua, vão passar a fazer parte da BTG Asset.
A Pacifico também vai chamar uma assembleia de cotistas para votar a transferência da gestão de seus fundos para o banco.
Fundada em 2011 por Padua, Daniel Vairo e Eduardo Moreira — que antes haviam trabalhado juntos no Opportunity — a Pacifico atua em renda variável, multimercado e crédito e tem diversos fundos dentro dessas verticais, incluindo fundos exclusivos, offshore e carteiras administradas.
O acordo com o BTG envolve apenas a gestora do grupo, que também é dono de um wealth management que continuará atuando de forma independente. Como parte do acordo, Padua está se tornando sócio do BTG.
Segundo uma fonte, a Pacifico decidiu se juntar ao BTG por uma visão dos sócios de que o negócio de gestão de recursos requer cada vez mais escala, incluindo “presença global, capital humano abrangente e produtos que dialogam entre si.”
Além disso, a capacidade de distribuição do BTG — que tem R$ 717 bilhões em ativos sob gestão em sua asset — foi outro chamariz.
Já para o banco de André Esteves, o acordo é uma forma de atrair executivos seniores do mercado e adicionar estratégias complementares a seu portfólio.
Hoje, a asset do banco já tem fundos multimercados, mas com um estilo diferente da Pacifico, cujo flagship é um fundo macro multiestratégia com posições de mais médio prazo e volatilidade um pouco maior que dos produtos do BTG.
Os três sócios da Pacifico trabalharam juntos no Opportunity de 1996 até 2011, quando saíram para criar a gestora. O retorno pro forma dos fundos que eles administraram nesse período — o Opportunity Market, Opportunity Total e Opportunity T60 — e do Pacifico Macro é de mais de 150% do CDI.
O movimento vem num momento em que a indústria de assets independentes está passando por uma forte consolidação. Com a Selic a 13,75%, está cada vez mais difícil captar, o que tem feito diversas gestoras se fundirem ou serem incorporadas por grandes bancos em busca de escala.