A YDUQS acaba de anunciar a compra da Adtalem Brasil, dona do Ibmec, por R$ 1,9 bilhão, numa transação transformacional que lhe garante 102 mil alunos num momento em que o crescimento orgânico se mostra um desafio para as redes de ensino brasileiras.
Além do Ibmec, a Adtalem atua em medicina, umas das principais áreas de interesse da YDUQS — a antiga Estácio —, com 580 matriculados mais uma autorização para operar a segunda fase do programa Mais Médicos.
Na transação, a YDUQS entra ainda na operação de cursos preparatórios por meio do Damásio (focado na OAB) e da SJT Med, voltada para residência médica.
A YDUQS vai criar uma nova divisão para abrigar o Ibmec e os cursos de medicina da Estácio, administrada separadamente e liderada pelo atual presidente do da Adtalem, Thiago Sayão.
A ideia é segregar operações com perfis diferentes e manter o status ‘premium’ das operações adquiridas. Enquanto no Ibmec, o tíquete médio varia entre R$ 3,5 mil e R$ 4,5 mil, na Estácio, a mensalidade média gira na casa dos R$ 700. Nos cursos de medicina, o valor das mensalidades também é mais alto, podendo chegar a até R$ 8 mil — e, apesar disso, a evasão e a inadimplência costumam ser menores do que as apresentadas em outros cursos.
A YDUQS vai pagar a aquisição com os recursos em caixa, que somam R$ 700 milhões e um financiamento para o valor restante, segundo o Valor Econômico. Após a transação, a dívida líquida deve ficar em torno de uma vez o EBITDA, um patamar ainda bastante confortável.
De acordo com a empresa, a transação implica um múltiplo EV/EBITDA de 10 vezes, considerando o EBITDA dos últimos 12 meses.
Com a transação, a YDUQS sai de 576 mil para 675 mil alunos e eleva sua receita de R$ 3,6 bilhões para R$ 4,5 bilhões (considerando os dados dos últimos 12 meses encerrados em junho).