Na maior mudança em sua gestão desde o IPO, a Cosan anunciou uma ampla reformulação de seu management e trocou o comando da Raízen, buscando um novo foco em suas operações num momento em que a ação negocia na mínima de cinco anos.
A partir de 1° de novembro, o CEO da Cosan será Marcelo Martins, o executivo que é o braço-direito de Rubens Ometto e costurou todos os M&As da companhia nas últimas duas décadas.
Nelson Gomes, o atual CEO da Cosan, passará a comandar a Raízen, substituindo Ricardo Mussa, que estava há quase cinco anos no cargo. Mussa, um veterano com 15 anos de Cosan, agora assumirá a Cosan Investimentos e um assento no conselho da holding.
“Recrutei o Mussa pra me ajudar na nossa estratégia de transição energética,” Rubens disse ao Brazil Journal. “A Raízen está numa nova fase e precisa de uma revisão de seu plano de negócios, e o perfil do Nelson é ideal para isso. Já o Marcelo, com todo o seu perfil estratégico, é o que a holding precisa agora.”
A Raízen anunciou que o CFO Carlos Moura está deixando a companhia, e será substituído por Rafael Bergman, o atual CFO da Rumo.
Na Rumo, Bergman será substituído por Guilherme Machado, o atual CFO da Compass.
A dança das cadeiras sugere que Rubens está se voltando para a gestão do endividamento e dos investimentos da empresa, em vez do crescimento que foi a tônica dos últimos anos.
Desde seu IPO em 2021, a Raízen tem tido dificuldade de entregar as promessas feitas aos investidores. Há ceticismo no mercado sobre a capacidade da empresa de voltar a performar nos níveis de seus concorrentes e reduzir seu endividamento.
A Raízen vale perto de R$ 30 bilhões na B3, e negocia perto de sua mínima histórica, com a ação fechando hoje a R$ 2,88.
A Cosan vale R$ 22 bilhões na Bolsa.