Dois players estratégicos do setor de seguros, a Qualicorp e o Marsh Insurance Group, abandonaram conversas para adquirir o controle da Brasil Insurance, a holding de corretoras de seguros cuja ação derreteu na Bovespa no ano passado.
A ação caiu mais 4,9% ontem e está em sua mínima histórica. A empresa, que chegou a valer 2,3 bilhões de reais, agora tem um valor de mercado de 290 milhões de reais.
Ambas as empresas estavam mantendo conversas com Fabio Franchini, presidente do conselho da Brasil Insurance, para adquirir o controle da holding de seguros, mas desistiram.
A Brasil Insurance anunciou em 22 de dezembro que contratou o banco Morgan Stanley para achar um comprador para a companhia.
Ainda estão no páreo pela Brasil Insurance os fundos de private equity Gávea, General Atlantic, Carlyle e KKR. No entanto, ao contrário dos players estratégicos, estes investidores financeiros não têm sinergias com a empresa, daí ser improvável que paguem um prêmio para fechar o capital da companhia.
Uma pessoa próxima à Marsh e à Qualicorp disse que é preciso um novo alinhamento de interesses dentro da Brasil Insurance para reengajar os sócios-corretores que, depois de embolsar o que lhes era devido pela venda de suas corretoras, se sentem desincentivados para trabalhar pela companhia.
Tanto a Marsh quanto a Qualicorp queriam trabalhar junto com a Brasil Insurance para redesenhar os incentivos. Depois disso, ambas estavam dispostas a comprar o controle. As empresas competiam entre si.
“Apenas um redesenho completo dos incentivos traria real valor à empresa,” disse a fonte próxima aos ex-potenciais compradores. “O valor do negócio é a capacidade de originação dos corretores, mas comprar na estrutra atual pra consertar a governança depois é algo que não interessa.”