Em um mercado que só pensa nas Big Techs, nasce agora uma Big Snack.

A Mars, dona de doces icônicos como M&M’s e Snickers, está pagando um enterprise value de US$ 36 bilhões pela Kellanova, que tem em seu portfólio os salgadinhos Cheez-IT, as batatas Pringles, os waffles Eggo e os biscoitos Pop-Tarts.

Só. Coisa. Que. Engorda.

A Kellanova foi criada no ano passado como um spinoff da Kellogg’s.

A Mars, uma companhia americana de capital fechado, está pagando um prêmio considerável para ampliar sua oferta de produtos – agregando marcas extremamente populares e ganhando volume para enfrentar outros gigantes dos snacks, como Hershey’s e Mondelez.

A Mars está oferecendo US$ 83,50 por ação da Kellanova, que fechou o pregão de ontem a US$ 74,50.

Segundo a CNBC, o prêmio é de 33% em relação à cotação de 2 de agosto, quando a Reuters noticiou o acordo.

As ações da Kellanova abriram o dia em alta de 8%.

A estratégia da Mars segue um movimento similar feito pela Hershey’s, que recentemente comprou a controladora das marcas de salgadinhos Dot’s Pretzles e Skinny Pop.

A Kellanova teve um faturamento líquido de US$ 13 bilhões ano passado.

Já a Mars faturou US$ 47 bilhões. Fundada em 1911 por Frank Mars e controlada pelos seus netos, é a quarta maior companhia de capital fechado dos EUA, segundo a Forbes.

A maior aquisição anterior da Mars havia ocorrido em 2008, quando a empresa pagou por US$ 23 bilhões  pela fabricante de gomas de mascar Wrigley – com a ajuda de um empréstimo da Berkshire Hathaway de Warren Buffett, um consumidor assíduo de Snickers e dos chicletes Wrigley’s.

As marcas da Kellanova ficarão sob o guarda-chuva da divisão Mars Wrigley.

Para os analistas, a transação evidenciou as razões para a Kellogg’s ter feito o spinoff no ano passado, separando as marcas da Kellanova do negócio de cereais, cujo crescimento tem sido fraco.

A Mars tem ainda outros três segmentos de negócios: Petcare, Food e Mars Edge – esta dedicada à alimentação saudável.

O closing deve acontecer no primeiro semestre de 2025, “mas a aquisição pode atrair a atenção dos reguladores, que, no Governo Biden, vêm atuando de maneira mais dura nas consolidações empresariais,” disse o New York Times.

A Mars vai usar seu caixa e novas dívidas para fechar a transação.

O Citi assessorou a Mars.

A Goldman Sachs assessorou a Kellanova.