Os bancos tradicionais de varejo enfrentam uma ameaça existencial dos concorrentes digitais.

É isso, pelo menos, o que pensa um executivo da Goldman Sachs. Numa conferência de finanças em Nova York, Adam Dell, head da área de varejo do banco, não usou meias palavras na hora de descrever o futuro (quase apocalíptico, segundo ele) dos bancões.

“Existem dois tipos de bancos incumbentes: há os bancos que estão ferrados e os que ainda não sabem que estão ferrados,” disse Dell, o fundador do app Clarity Money, adquirido em 2018 pelo Goldman, segundo a Bloomberg.

A declaração bombástica de Dell (ainda que legítima) tem um quê de autopromoção. No evento, ele falava sobre o Marcus, o banco digital que a Goldman começou há três anos. Segundo ele, o Marcus que oferece contas correntes remuneradas e empréstimos pessoais pode transformar a indústria financeira da mesma maneira que a Amazon transformou o varejo. (Hold my beer.)

 

No evento, outros executivos sêniores da Goldman também partiram para o ataque, criticando a qualidade dos serviços dos bancos tradicionais e levantando a bola do Marcus, que seria uma “nova alternativa à esse cenário”.

“A Goldman está numa posição única para forçar a indústria a ser mais centrada no consumidor, para não cobrar US$ 200 em taxas por ano pelos quais os consumidores estão recebendo muito pouco valor,” disse Dell.

Por enquanto, pelo menos, os bancões de varejo ainda parecem longe do fim.

O KBM Bank Index (BKX), índice que mede o desempenho dos principais bancos listados nos Estados Unidos, performou mais que o dobro do retorno das ações da Goldman nos últimos cinco anos.