Os family offices brasileiros estão em modo ‘risk-on’.
Segundo uma pesquisa da Astella Investimentos — que ouviu 46 multi e single-family offices, bem como investidores profissionais (aqueles com patrimônio acima de R$ 10 milhões) — quase metade dos entrevistados pretendem aumentar sua exposição a venture capital e ações nos próximos 12 meses.
Para isso, planejam reduzir os investimentos em renda fixa e crédito privado.
Parte desse apetite pode ter a ver com a baixa exposição atual. Entre os que já investem em VC, 60% têm menos de 5% da carteira em fundos do tipo ou em investimentos diretos em startups. Para efeito de comparação, nos EUA a exposição média é de 10%, com alocação em 8 fundos diferentes, segundo pesquisa do Silicon Valley Bank.
Outros fatores que têm impulsionado a busca por mais risco: os juros baixos e o amadurecimento da indústria de VC no Brasil.
“Temos uma geração de fundos com um bom ‘track record’ e que já começam a mostrar resultados e liquidez,” Daniel Chalfon, sócio da Astella, disse ao Brazil Journal. “No começo, a pergunta era sempre igual: ‘esse negócio que vocês fazem dá mesmo retorno?’. Agora, já não perguntam mais isso.”
A dúvida sobre a liquidez também parece ser um tema superado. No ano passado, houve 163 M&As de empresas financiadas por VCs (um a cada 2 dias).