O Assaí concluiu as primeiras conversões dos 71 hipermercados Extra que comprou do Grupo Pão de Açúcar em outubro passado — o principal projeto da rede de atacarejo no momento, e uma peça importante para ajudá-la a atingir seu guidance de faturar R$ 100 bilhões em 2024.

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O Assaí concluiu duas conversões na ultima semana de julho, uma na semana passada, uma ontem e fará outras três ainda esta semana.

A expectativa é converter 40 hipermercados em Assaí até o final deste ano, e o restante ao longo do primeiro trimestre do ano que vem.

Uma das lojas que vai inaugurar amanhã é a unidade da Anhanguera, na Zona Oeste de São Paulo — um espaço de quase 9.000 metros quadrados de área de vendas com 46 checkouts e 1.200 vagas de estacionamento.

O CEO Belmiro Gomes disse que a expectativa é que essa loja fature cerca de R$ 500 milhões por ano — tornando-se uma das maiores do Assaí em faturamento. A média da empresa é um faturamento por loja de R$ 200 milhões/ano.

“Essa era a loja que mais vendia de todo o Extra, porque a localização é muito boa,” o CEO disse a jornalistas num tour pelo espaço recém-convertido. “Mas ela estava meio abandonada e com uma venda baixa.”

O Assaí disse que espera triplicar o faturamento das lojas dois anos após a conversão. Em um ano, elas já devem chegar ao breakeven.

No médio prazo, as conversões tendem a ter um efeito positivo tanto na venda por metro quadrado da companhia quanto na margem EBITDA. Como elas estão em boas localizações, dentro de grandes centros, a margem EBITDA dessas lojas tende a ser 150 bps acima da média das lojas do Assaí. 

No curto prazo, no entanto, a expansão acelerada pode ser detratora de margem. 

Neste momento, o Assaí tem 8.000 funcionários já contratados para 30 lojas que ainda estão pré-operacionais. Segundo Belmiro, essa despesa extra — que ainda não está associada a nenhuma receita — pode levar a margem EBITDA da companhia a cair para 7% este ano, em comparação aos 7,5% que a empresa fez em 2021.

Segundo ele, o Assaí vai reportar essas despesas pré-operacionais separadas das despesas normais no terceiro tri porque elas atingiram um volume muito alto e para dar uma visibilidade melhor aos investidores sobre o que é o “parque normalizado”.

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A nova unidade em Anhanguera tem 10.500 SKUs, acima da média de 8.500 das lojas do Assaí, e inclui serviços como açougue e padaria, além de um sortimento mais amplo de produtos que vão além do varejo alimentar. 

A reforma demandou R$ 50 milhões em capex e levou 150 dias.  

Apesar de estar apostando em lojas com mais categorias e serviços (em regiões em que a renda maior permite isso), o CEO disse que o SG&A do Assaí deve se manter estável no curto prazo, em torno de 9,5% da receita — o mesmo nível de despesa que a companhia tem desde 2011.  

“Nas lojas maduras, nosso SG&A é até menor,” disse ele. “Tem algumas em que ele gira em torno de 8%.”

Com as conversões e aberturas previstas para este ano, o Assaí deve chegar a dezembro com 265 lojas já operacionais. 

No segundo trimestre, a companhia fez um faturamento anualizado de R$ 60 bilhões e espera chegar a R$ 100 bilhões em faturamento em 2024. (Coincidentemente, esse é exatamente o mesmo guidance que o Carrefour tem passado aos investidores para as vendas do Atacadão.)